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A polêmica entre deputada estadual e o Passinho do Recife

Projeto de Lei visa proibir a dança em escolas públicas de Pernambuco

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 10/09/2019 às 15:36
Evane Manço/Alepe e Acervo/JC Imagem
FOTO: Evane Manço/Alepe e Acervo/JC Imagem

A deputada estadual, Clarisa Tércio (PSC), gerou polêmica ao criar um Projeto de Lei (PL) para proibir o 'passinho' dentro das escolas públicas de Pernambuco. O debate já deixou de ser assunto apenas Assembleia Legislativa e, nesta terça-feira (10), foi para as redes sociais. A dança, de acordo com a deputada, expõe crianças e adolescente à “sexualização precoce”. Entretanto, muitas pessoas consideram o ritmo sem limite de idade e nem classe social.

"Estamos tratando do ambiente e colar. Não queremos proibir as manifestações de quem quer que seja dentro de sua casa, na rua. Estamos falando da escola, um ambiente de aprendizado que deve ser respeitado", afirmou a parlamentar.

Nota

A PL 494/2019 está tramitando nas comissões da Alepe, e ainda não tem data para ir para o plenário da Casa. Se aprovada no plenário, irá para a sanção ou o veto do Governador.

O apresentador do O Povo na TV, Ciro Bezerra, já dançou o 'passinho', em um trecho da Avenida Agamenon Magalhães, na Área Central do Recife. Além disso, em 2019, o Jornal do Commercio fez um especial falando sobre o sucesso do 'passinho' e tentativa de, acabar com o preconceito, em relação à dança.

Ritmo

A dança, que está ligada ao brega-funk, no inicio, eram coreografias para clipes de mc’s e, hoje, virou sucesso em todo o Brasil. O ritmo é considerado como um 'porta-voz' das periferias da Região Metropolitana do Recife, e nomes como Shevchenko e Elloco, Mc Cego, Troinha, entre outros, se consolidaram, no mercado da música, e ajudam a divulgar o 'passinho'.

Estilo

Além da particularidade na dança, as roupas em cores vibrantes, os cabelos descoloridos e também os óculos espelhados fazem o 'passinho' ter uma identidade própria. A intenção é combater a ideia do jovem marginal e ter reconhecimento cultural, mas ainda há dificuldade para aceitar o ritmo.