O governo federal enviou resposta à embaixada Britânica e ao presidente do laboratório AstraZeneca aceitando a proposta de acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para Covid-19.
O acordo prevê a compra de lotes da vacina e da transferência de tecnologia. Se demonstrada eficácia, serão 100 milhões de doses à disposição da população brasileira.
- Gripe: Mais de 20 milhões de brasileiros ainda não se vacinaram
- Coronavírus: OMS espera produção de milhões de doses da vacina neste ano
- Vacinação contra gripe conta com postos volantes no Recife
- Pesquisadores estudam usar vacina da pólio no combate ao coronavírus
- Vacinação contra a gripe é prorrogada para público de todas as fases
- Equipe da Fiocruz trabalha em vacina brasileira para covid-19
- Ministério da Saúde prorroga campanha de vacinação contra gripe
- Vacina desenvolvida contra coronavírus mostra resultados promissores, aponta artigo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China
- Anvisa alerta sobre falsificação de vacina contra gripe
- Dados da Moderna sobre vacina contra coronavírus são insuficientes, dizem especialistas
>> Estudo: Coronavírus circulava no Brasil, pelo menos, desde o carnaval
>> Empresa desenvolve tecido capaz de eliminar coronavírus por contato
Fiocruz
A vacina para combater a pandemia do novo coronavírus é desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, sendo uma das mais promissoras no mundo. No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fundação do Ministério da Saúde.
Para o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, a parceria bilateral coloca o Brasil na liderança do desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. “A partir do acordo, o país reforça sua contribuição com o mundo no desenvolvimento de uma resposta definitiva à pandemia e reafirma o seu compromisso em salvar vidas”, destacou o secretário.
>> Sabia que seu tipo sanguíneo e genes podem estar ligados ao coronavírus?
>> Em 103 dias, coronavírus chegou a quase todos municípios pernambucanos, aponta estudo
>> Mais de 340 mil pessoas em Pernambuco tiveram sintomas do coronavírus em maio, aponta IBGE
Avaliação
O acordo, quando celebrado, prevê a transferência de tecnologia de formulação, o envase e o controle de qualidade. Será utilizada a previsão legal de encomenda tecnológica prevista na lei nº 10.973, de 2004, e amparada na lei de licitações, a 8.666, de 1.993.
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto, também destacou que o Ministério da Saúde acompanha 16 estudos de ensaios clínicos relacionados à vacina da Covid-19 e que o país poderá ter até mais vacinas se necessário.
“Na nossa avaliação técnica observamos que essa é uma das vacinas que está em processo mais avançado. Nesse sentido avançamos na proteção e cuidado da população brasileira”, reforçou.
Etapas
O acordo tem duas etapas. Começa com uma encomenda em que o Brasil assume também os riscos da pesquisa. Ou seja, será paga a tecnologia, mesmo não tendo os resultados dos ensaios clínicos finais. Em uma segunda fase, caso a vacina se mostre eficaz e segura, será ampliada a compra.
Nessa fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses da vacina, no valor total de U$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões.
Os dois lotes a serem disponibilizados à Fiocruz, de 15,2 milhões de doses cada, deverão ser entregues em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Risco
O governo federal considera que esse risco de pesquisa e produção é necessário devido à urgência pela busca de uma solução efetiva para manutenção da saúde pública e segurança para a retomada do crescimento brasileiro.
Atualmente, a vacina está em estudo clínico com testes no Rio de Janeiro, São Paulo e, também, a Bahia.
Para o secretário nacional de Vigiância em Saúde, do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, a partir de uma resposta de eficácia dos testes, estima-se que no início do próximo ano já possa ser realizada uma campanha de vacinação já definindo os públicos prioritários, aqueles que estão mais vuneráveis à Covid-19.
“Com a vacina aprovada teremos a cobertura realizada como parte da expertise do Brasil em campanhas nacionais de vacinação, nesse caso priorizando públicos mais vulneráveis como idosos, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde, professores, profissionais de segurança, indígenas, motoristas de transporte público e pessoas privadas de liberdade”, destacou.
Acordo
Se a vacina for segura e eficaz e tivermos o registro no Brasil, serão mais 70 milhões de doses, no valor estimado em US$ 2,30 por dose. Com o acordo que será firmado, o Brasil se coloca na liderança do desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. A iniciativa, assim, não apenas garante que o produto à disposição, mas dará autonomia brasileira na produção.