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Médica acredita em aumento de infectados e mortos por coronavírus após aglomerações: ‘’convite para a transmissão’’

Os registros em praias e festas mostram várias irregularidades contra a propagação do coronavírus

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 08/09/2020 às 18:23
Bobby Fabisak/JC
FOTO: Bobby Fabisak/JC

As aglomerações registradas durante o feriadão em várias praias de Pernambuco, além do descompromisso de boa parte população ao não utilizar a máscara de proteção e se higienizar com álcool em gel para evitar a propagação do novo coronavírus, fez o alerta acender para a possibilidade de dos casos novo coronavírus voltarem a crescer no Estado. Pelo menos, essa é a preocupação de boa parte dos profissionais de saúde, como é o caso da epidemiologista e pesquisadora da Fiocruz, Ana Brito.

>>Uso de máscara é raro em movimentação na praia de Boa Viagem no feriado de 07 de setembro

>>Domingo de praias lotadas em Boa Viagem e Porto de Galinhas com aglomerações e pouco uso de máscara

Em entrevista ao Por Dentro com Cardinot, nesta terça-feira (08), a médica acredita que o número de casos do novo coronavírus podem aumentar mais uma vez por causa dos descuidos de muitas pessoas, além de reforçar a maneira de como o coronavírus pode infectar a população, seja nos casos assintomáticos ou não.

‘’Só existe vírus onde tem gente. O vírus é transmitido por respiração e contato. As cenas que assistimos no fim de semana prolongado são um convite para a transmissão do novo coronavírus. O Brasil já vinha tendo dados que apontavam para uma possível taxa de contágio menor. No entanto, com essa aglomerações e desobediência ao distanciamento e ao uso da máscara traz o alerta os serviços de saúde de que nas próximas semanas, provavelmente, nós vamos ter o aumento dos números de infectados e de óbitos também’’, afirmou Ana Brito.

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Muito gente foi curtir Porto de Galinhas no Feriadão - FOTO:Bobby Fabisak/JC
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Sem Legenda - FOTO:Sem Crédito
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Muito gente foi curtir Porto de Galinhas no Feriadão - FOTO:Bobby Fabisak/JC

Aumento dos casos

De acordo com a médica, as aglomerações também afetam as pessoas que ainda estão em quarentena ou isolamento, devido ao contato com aqueles (as) que estiveram nas praias ou em festas, como no caso feriado de 07 de setembro. É importante lembrar que, em um contexto de pandemia do novo coronavírus, fiscais das prefeituras estavam nos locais para orientar sobre os protocolos de segurança e evitar aglomerações.

‘’Não são só essas pessoas que vão ser infectadas (que foram às praias). As pessoas que ficaram em casa e em isolamento também podem ser afetadas. Diretamente, as pessoas se expõem e, indiretamente, elas expõem outras pessoas. Não tem como esperar que essas aglomerações não vão resultar no aumento do número de casos. Se isso não acontecer, é porque a gente está com a imunidade coletiva. O que a gente não tem observado pela incidência de caso novos diários no Brasil’’, completou a epidemiologista e pesquisadora da Fiocruz, Ana Brito.

Bruno Campos/JC Imagem
Domingão de feriado na praia de Boa Viagem - FOTO:Bruno Campos/JC Imagem
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Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife - FOTO:Bruno Campos/JC Imagem
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Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife - FOTO:Bruno Campos/JC Imagem

>>Fiocruz: pandemia mantém média de mil vítimas do coronavírus por dia no Brasil

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.
  • Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
  • Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.