
Governadores que adotaram novas medidas de isolamento social para frear as estatísticas de contágio do coronavírus foram criticados pelo presidente, Jair Bolsonaro.
Os números de contágio no país atingem o maior pico desde o início da pandemia.
O presidente afirma que governadores que adotarem medidas de restrição para frear a disseminação da covid-19 devem bancar o auxílio emergencial.
"A questão do vírus e o desemprego são dois problemas que devemos tratar de forma simultânea. Daqui para a frente, o governador que fechar seu estado, que acabar com o emprego, deve bancar o auxílio emergencial", disse em discurso em Caucaia (CE), nessa sexta-feira (26)
"Não pode continuar a fazer política e jogar para o colo do presidente da República essa responsabilidade", concluiu.
Contra o isolamento social
O presidente também chamou de "politicalha" o pedido de governadores para que as pessoas fiquem em casa.
"Essa politicalha do 'fique em casa, a economia a gente vê depois' não deu certo e não vai dar certo. Não podemos dissociar a questão do vírus e do desemprego", disse Bolsonaro.
Risco de colapso no sistema de saúde e restrições
Governadores de São Paulo, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Piauí e Roraima, entre outros, adotaram medidas mais restritas de circulação nos estados diante do risco de colapso no sistema público de saúde.
Em Pernambuco, a partir deste sábado (27), até o dia 10 de março, serviços não essenciais estão proibidos de abrir, entre 22h e 5h, em todas as cidades.
O anúncio foi feito pelo governador Paulo Câmara, após o aumento no número de casos da covid-19 no Estado e em todo o país.
Recorde de óbitos
O Brasil teve seu terceiro dia consecutivo com recorde diário de mortes por covid-19, na média móvel de sete dias, nessa sexta-feira (26), de acordo com o painel Monitora Covid da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Foi registrada a média móvel de 1.152 óbitos, maior número, desde o início da pandemia, acima dos 1.148 do dia anterior e dos 1.123 de quarta-feira (24).
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Número de casos
Os casos, também segundo a média móvel de sete dias, chegaram a 53.422 por dia, 17,5% acima do número de 14 dias antes (45.470) e 4% acima dos casos diários de um mês antes (51.356).