MÃE E FILHA

Menina de 13 anos afastada da mãe por participar de tratamento espiritual na umbanda voltará para casa

A mãe alega que menina foi afastada por racismo religioso

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 30/06/2022 às 14:38 | Atualizado em 30/06/2022 às 18:32
Notícia
Reprodução/ Internet
A mãe afirma que filha foi afastada por racismo religioso - FOTO: Reprodução/ Internet

Uma menina de 13 anos que a mãe alega ter sido afastada dela por racismo religioso, deve voltar para casa. 

Segundo o Jornal O Estado de Minas, os advogados da mãe afirmaram na última quarta-feira (29) que já estão com a ordem judicial a garota retorne aos cuidados  da mãe, Liliane dos Santos, de 38 anos.

O caso está em curso desde maio quando a 2ª Vara da Infância e Juventude de Ribeirão das Neves, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), determinou que a adolescente ficasse em um abrigo municipal de Ribeirão das Neves (MG). 

AFASTAMENTO DA FILHA

Liliane dos Santos foi afastada de sua filha após a direção da escola que ela estudava ter acionado o Conselho Tutelar de Justinópolis afirmando que a garota de 13 anos tinha crises de convulsão e apresentava marcas no braço, além de usar guias e colares de proteção de orixás.

A defesa da mãe apontou que o caso se trata de racismo religioso, por Liliane ter levado a filha à umbanda.

Os advogados da mãe também alegam fragilidade da denúncia apresentada pelo Ministério Público, baseada em relatos da direção da escola e do Conselho Tutelar sem provas documentais de maus-tratos, o que poderia justificar a perda da guarda.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA 

O documento do MPMG enviado ao juiz, ainda segundo a defesa de Lilian, contém afirmações que podem indicar um caso de intolerância religiosa.

O órgão propôs a retirada da guarda da filha em razão de um tratamento espiritual na umbanda.

“As informações colhidas nessa fase inicial das investigações apontavam diversas violações de direitos, notadamente à saúde, já que ela estaria sendo submetida a lesões corporais, ingestão de bebida alcoólica, restrição da liberdade de ir e vir e omissão de tratamento por equipe de saúde”, alega o MPMG.

Há cerca de duas semanas, Liliane conseguiu falar com sua filha por telefone, quando a menina pediu para voltar para casa.

"Perguntei 'como você está aí, minha filha?' e ela respondeu 'estou bem, mamãe. Só quero ir embora para minha casa'.

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