CRIME

O que aconteceu com a empregada doméstica resgatada após passar 43 anos em situação análoga a escravidão?

A vítima, que não teve a identidade revelada, trabalhava e morava com a família desde 1979.

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 06/07/2022 às 17:04
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Reprodução/Internet
A mulher hoje tem 54 anos e não pode ser identificada - FOTO: Reprodução/Internet

Na última semana a notícia que uma mulher de 54 anos foi resgatada pelo Ministério Público de Pernambuco da casa de uma família que a mantinha como empregada doméstica em situação análoga a escravidão chocou toda sociedade. 

A vítima, que não teve a identidade revelada, trabalhava e morava com a família desde 1979. 

Entregue aos 11 anos para ser criada por desconhecidos, a doméstica viveu durante 43 anos trabalhando sem salário, férias ou qualquer direito trabalhista.

O caso foi descoberto em abril deste ano, após uma denúncia sigilosa chegar ao Ministério Público do Trabalho.

A família reside no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. 

SITUAÇÃO QUE A MULHER VIVIA

O procurador Leonardo Osório participou do resgate e revelou a situação que a vítima foi encontrada.

"Ela foi colocada como membro da família, mas ela não era. Uma situação que a gente enquadra como trabalho escravo doméstico. Ela tinha dificuldade até do próprio conhecimento do mundo. Ela me informou que não sabia do valor do dinheiro porque ela não era remunerada", contou.

A doméstica nunca teve acesso à educação, não saia de casa, e sequer tinha a posse dos próprios documentos. O que caracteriza a situação de escravidão.

"Nos últimos anos, por conta da sua condição de vida, ela estava cada vez mais reclusa, com pouco contato das questões fora do seu local de trabalho", revela Osório.

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PARA ONDE A MULHER FOI LEVADA?

O Mistério Público de Pernambuco não revelou muitos detalhes sobre o caso. Não se sabe, por exemplo, quem seria a família que manteve a vítima em tais condições. 

Mas, segundo o órgão,  ela aguarda na casa de parentes o recebimento de uma indenização no valor de R$250 mil. O valor correspondente ao tempo em que prestou serviços á família.

Apesar do acordo, os patrões não aceitaram realizar a contração formal da doméstica.

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