Não é bem uma novidade entre os cientistas que a sensação de fome provoca irritação. Certamente, em algum momento na vida todos já passamos por um misto de mau humor e fome.
Seja depois de passar algumas horas sem comer ou semanas depois de iniciar uma dieta com restrições, é fato que em algum momento o estresse pode ser extravasado.
O sentimento de estresse provocado pela vontade de comer é tão antigo que na língua inglesa há até um nome para isso: "hanger", a junção dos termos "hunger", fome, e "anger", raiva.
Mas por que ficamos irritados quando estamos com fome?
Apesar de ser um fato conhecido pela ciência e pelo senso comum há séculos, relativamente há pouco tempo se descobriu a causa desse sentimento.
A resposta é principalmente hormonal, já que o baixo nível de açúcar no sangue eleva os níveis dos hormônios cortisol e adrenalina, "nossos hormônios de luta ou fuga (ou mais conhecidos como do estresse)", explica Sophie Medlin, professora de nutrição e dietética do Kings College London.
Mas a explicação não para por aí: na mesma situação, os neurônios — as células do cérebro — liberam os chamados neuropeptídeos, que causam a sensação de fome.
De acordo com Medlin, essas substâncias são as mesmas "que provocam irritação, raiva e comportamentos impulsivos". Daí a razão para as sensações de raiva e fome se misturarem.
Quem é mais vulnerável a essa sensação?
Embora muitas pessoas creiam — especialmente por conta da representação na mídia — que essa reação mista de raiva e fome seja mais comum entre mulheres, essa aflição pode atingir qualquer pessoa.
"Talvez, do ponto de vista da neurociência, seja mais provável de acontecer com homens do que com mulheres", já eles têm mais receptores de neuropeptídeos, detalha a cientista.
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