Saúde

Cérebro continua ‘aguçado’ até os 60 anos, revela estudo

Pesquisa desmente teoria popular de que a velocidade do processamento mental diminui com a idade

Maria Clara Batista
Maria Clara Batista
Publicado em 24/02/2022 às 11:35 | Atualizado em 24/02/2022 às 11:54
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Cérebro continua ‘aguçado’ até os 60 anos, revela estudo - FOTO: Freepik

Estudo publicado na revista Nature Human Behaviour, sugere que a agilidade do cérebro humano permanece a mesma até os 60 anos.

O estudo contou com a participação de 1,2 milhão de pessoas, com idades entre 10 e 80 anos.

Idoso é mais lento?

A pesquisa identificou que a velocidade mental continuou relativamente estável entre indivíduos de 30 e 60 anos.

O que muda é a cautela na tomada de decisões: pessoas mais velhas tendem a ter mais cuidado na hora de escolher alguma opção.

A pesquisa foi realizada por estudiosos da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, que utilizaram como experimento uma atividade online com objetivo estimar o tempo de tomada de decisão das pessoas.

Os cientistas mostraram aos participantes diversas imagens online e pediram para que eles as posicionassem em duas categorias — boa ou ruim — apertando diferentes botões para isso.

Eles sugerem que a atividade envolve processos que englobam a velocidade mental, cautela na decisão e, por fim, o tempo que leva para o botão ser pressionado.

Através de cálculos matemáticos, os pesquisadores foram capazes de estimar o tempo em que os participantes terminaram cada parte do processo.

Os estudiosos concluíram que, apesar do tempo total que leva para terminar a tarefa tenha aumentado para pessoas com mais de 20 anos, a velocidade mental de processamento das informações trabalhadas na atividade não obteve diminuição em pessoas de até 60 anos.

Eles admitem que existe a possibilidade da tomada de decisões ser influenciada por opiniões prévias de cada pessoa envolvida no estudo. 

Ou seja, é possível que o indivíduo tome uma decisão mais rápida quando ele acredita já conhecer a melhor opção para si.

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O estudo verificou que:

  • Pessoas menores de 18 anos tendem a priorizar a velocidade na tomada de decisões em detrimento a análise e cautela sobre as opções disponíveis;
  • O cuidado para tomar decisões cresceu entre pessoas de 18 e 65 anos;
  • Quanto maior a idade, mais as pessoas demoraram para apertar o botão. 

A pesquisa desmente ideias comuns ao etarismo (preconceito baseado na idade da pessoa), que enxergam os idosos como pessoas de raciocínio naturalmente mais lento. 

  

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