Saúde

Vacina contra covid-19 pode afetar fluxo menstrual, aponta estudo

Aproximadamente metade das pessoas que participaram do estudo relataram fluxo menstrual mais intenso; alterações não apresentam risco à saúde

Humberto Cassimiro
Humberto Cassimiro
Publicado em 20/07/2022 às 21:57
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Reprodução/ Pixabay
Aumento do fluxo menstrual foi notada por quase metade das pessoas que participaram da pesquisa - FOTO: Reprodução/ Pixabay

Embora não interfira exatamente no ciclo menstrual e continue sendo eficaz e segura contra as infecções pelo coronavírus, um estudo publicado na última sexta-feira (15) na revista científica Science Advances indica que a fórmula da vacina contra covid-19 pode aumentar o fluxo menstrual.

Com base em um questionário aplicado em 2021 com mais de 39 mil respostas, os pesquisadores observaram que cerca de 42% das participantes relataram um sangramento mais intenso após terem recebido as doses da vacina contra a covid-19.

Por outro lado, 44% das pessoas que participaram da pesquisa não perceberam alterações no fluxo e 14% notaram um sangramento menos intenso.

Participantes relatam fluxo menstrual mais intenso após imunização

Os cientistas responsáveis pelo estudo perceberam, contudo, que uma parcela das pessoas que participaram da pesquisa que reportaram um sangramento mais intenso também descreveram ter febre ou fadiga após serem vacinadas.

Também foi notado que mais casos de alterações no fluxo menstrual foram relatados pelas participantes férteis, as que já passaram pela gestação ou pelo parto.

Outro dado relevante observado foi que algumas das pessoas que não menstruavam com frequência relataram sangramento após serem imunizadas com uma dose da vacina contra a covid-19.

Dentro deste grupo específico, metade das mulheres na pós-menopausa e as que faziam uso de anticoncepcional notaram um sangramento incomum depois de se vacinarem.

Já entre as pessoas transgêneros com útero e que passam por tratamento hormonal, cerca de um terço reportou sangramento.

Relação entre menstruação e vacina contra a covid-19 é incerta

Foto: Edmilson Tanaka
O Brasil ultrapassou a marca de 350 milhões de doses de vacina contra a covid-19 distribuídas para aplicação - Foto: Edmilson Tanaka

O estudo indica que tais alterações foram registradas em até sete dias após a imunização, com casos em que participantes descreveram mudanças por até duas semanas.

Embora o estudo trabalhe com essa possibilidade, não há certeza sobre uma relação direta entre a vacina contra a covid-19 e o fluxo menstrual. Para chegar a essa conclusão, são necessários mais estudos sobre o assunto.

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De qualquer modo, vale destacar que tais alterações no fluxo menstrual observadas na pesquisa não representam perigo à saúde.

* Com informações do Canaltech

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