Saúde

OVÁRIO POLICÍSTICO: Ter cisto no ovário é o mesmo que ter a síndrome dos ovários policísticos? Saiba a diferença e conheça os sintomas

A atriz Larissa Manoela revelou, nesta terça-feira (20), ter descoberto cistos nos ovários por meio de um ultrassom. Veja os sinais da síndrome do ovário policístico e da endometriose

Humberto Cassimiro
Humberto Cassimiro
Publicado em 21/09/2022 às 19:00 | Atualizado em 21/09/2022 às 19:11
Notícia
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Larissa Manoela compartilhou relato nas redes sociais onde diz ter ovário policístico, além de endometriose - FOTO: Reprodução/Internet

Na última terça-feira (20), a atriz Larissa Manoela, de 21 anos, compartilhou pelas redes sociais um relato sobre sua saúde. Na publicação, ela diz ter descoberto, por meio de um ultrassom detalhado, cistos nos ovários.

Na ocasião, ela disse que, além de endometriose, também possui ovário policístico. No entanto, a ginecologista, obstetra e mastologista Mariana Rosario diz que somente pelo relato de Larissa não é possível fechar um diagnóstico.

"Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas. Por isso, ter cistos nos ovários não significa que a mulher tenha a síndrome dos ovários policísticos. Basear-se apenas em uma alteração no ultrassom para fechar esse diagnóstico é prematuro", explica.

O que causa um cisto no ovário?

De acordo com Mariana, os cistos nos ovários costumam surgir diante do aumento da testosterona e por influência da insulina, que deixa a membrana dos folículos ovarianos (onde são desenvolvidos os óvulos) mais grossas.

Por conta disso, o folículo não consegue romper a membrana e a mulher não ovula. Quando o óvulo não é liberado, fica um líquido dentro do folículo e, daí, surge um cisto.

Ter cistos no ovário não significa que a mulher tenha a síndrome dos ovários policísticos porque os cistos podem sumir de um ciclo menstrual para o outro.

Ter cistos nos ovários é o mesmo que ter a síndrome dos ovários policísticos?

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A síndrome dos ovários policísticos trata-se de uma alteração hormonal que causa aumento dos níveis de hormônios circulantes no sangue. - Reprodução/Internet

Em resumo, não. Como explicado anteriormente, um cisto no ovário pode sumir de um ciclo para outro, já os sintomas da síndrome do ovário policístico, não.

"Os demais sintomas, como a resistência à insulina, que causou os cistos, não sumirão sem tratamento adequado, com a união multiprofissional", argumenta a ginecologista.

Quais são os sintomas da síndrome dos ovários policísticos?

Apesar de nem sempre surgirem ao mesmo tempo, os principais sintomas da síndrome dos ovários policísticos são:

  • menstruação irregular;
  • resistência à insulina;
  • crescimento de pelos em locais pouco comuns;
  • manchas escuras em regiões como pescoço, entre as coxas e axilas (acantose nigris);
  • acne;
  • queda de cabelo.

"Apenas o ginecologista de Larissa Manoela, após verificar todos os seus exames e, principalmente, fazer uma avaliação clínica da paciente, poderá dizer se ela realmente tem a síndrome dos ovários policísticos", pontua Mariana.

O que é endometriose?

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Endometriose é uma doença inflamatória que atinge o sistema reprodutivo feminino - Reprodução

A endometriose, por outro lado, é uma doença inflamatória caracterizada pela implantação das células do endométrio — camada que reveste a parte interna do útero — fora do órgão.

A doença pode ser diagnosticada tanto clinicamente quanto através de exames e entre os sinais de endometriose mais comuns estão:

  • cólicas menstruais de intensidade moderada a incapacitante;
  • sangramento na urina e/ou nas fezes durante a menstruação;
  • dor durante as relações sexuais;
  • dor pélvica crônica.

Tratamentos

Embora pouco explicada às mulheres, tanto a endometriose quanto a síndrome dos ovários policísticos podem ser evitadas, tratadas e eliminadas com mudanças no estilo de vida.

"Aliás, não adianta tratar desses problemas clinicamente, com medicação e intervenção cirúrgica, se a paciente não passar por um intenso processo de mudança comportamental", destaca a ginecologista, obstetra e mastologista Mariana Rosario.

No caso da endometriose, por exemplo, estima-se que mais de 60% das portadores possuam maus hábitos alimentares e sejam sedentárias. De acordo com a médica, sem reeducação alimentar e prática de atividades físicas regulares, o tratamento da endometriose não surte efeito.

Trata-se de um tratamento multidisciplinar, que envolve o ginecologista, nutricionista e preparador físico.

Ela reforça que, no caso da síndrome do ovário policístico, jamais deve-se usar o anticoncepcional oral como tratamento, já que ele causa a falsa impressão de que a menstruação volta.

Caso apresente algum sintoma de endometriose, cisto nos ovários ou síndrome do ovário policístico, consulte um(a) médico(a) ginecologista de confiança.

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