Ácido úrico

Ácido úrico elevado pode levar a dores nas articulações e doenças renais; médica explica como equilibrar taxa

Ácido úrico resulta da digestão de alguns alimentos, como carne vermelha e ultraprocessados; Desequilíbrio desse composto também aumenta riscos de infarto

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Gabriel dos Santos

Publicado em 23/11/2023 às 11:04 | Atualizado em 23/11/2023 às 11:16
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Você já ouviu falar em ácido úrico? Quando nosso corpo faz a digestão de alguns alimentos deixa esse composto químico como resíduo. Em índices normais (de 2 a 5 mg/dl), o ácido úrico não faz mal a ninguém, mas, quando ultrapassa o limite, pode provocar dores nas articulações, problemas nos rins e aumenta os riscos de doenças cardiovasculares.

Mas, afinal de contas, o que pode causar o aumento nos níveis de ácido úrico?

“Hábitos alimentares inadequados, com alimentos mais inflamatórios, além de consumo excessivo de proteínas não compatíveis com a demanda do corpo”, explica a endocrinologista Isabel Oliveira, do Hospital Santa Joana, no Recife.

Ela alerta, além disso, que em algumas pessoas “alterações genéticas também são responsáveis ou pela produção ou pela eliminação inadequada do ácido úrico”.

Segundo a médica, o perfil dos pacientes que apresentam alta na taxa de ácido úrico é de pessoas “com sobrepeso e obesidade, hipertensos, usuários de várias medicações, com alterações de glicemia e lipídeos, ou seja, pacientes considerados inflamados. Existe ainda a história familiar, pois alguns têm alterações genéticas que favorecem a hiperuricemia”.

Existem sintomas, doutora?

“Em geral são pacientes assintomáticos, porém considerados inflamados e com alterações da taxas inflamatórias. Alguns podem apresentar formação de cristais em articulações e dor articular, com formação de cálculos renais, e aumento do risco cardiovascular”, detalha.

Que orientações a senhora pode dar para que as pessoas se previnam contra esse problema?

Melhora no estilo de vida como um todo, com atividade física regular, ingestão de água em quantidade adequada, dieta com menos alimentos ultraprocessados, sem embutidos, sem miúdos, mais balanceada em carboidratos ricos em fibras e proteínas adequadas a estilo de vida e peso”, recomenda a endocrinologista.

Qual o papel da dieta saudável no controle dos níveis de ácido úrico?

“Como produto de degradação das purinas [componentes presentes em alguns alimentos como, por exemplo, carne vermelha], quando o ácido úrico está muito elevado, tem que ter um controle na ingestão de proteínas, como carne vermelha, vísceras, embutidos, processados e alguns frutos do mar. É necessário tentar ter uma dieta mais antiinflamatória, com mais alimentos naturais, gorduras boas ricas em ômega 3 e proteínas de alto valor nutricional”, explica Isabel Oliveira.

Como é o tratamento do ácido úrico elevado?

“Primeiro, mudança no estilo de vida e dieta anti inflamatória, com controle do consumo de proteínas de acordo com a demanda. Pode ser necessário associar, em alguns casos, medicação específica para diminuir os níveis, como alopurinol. Tem que ser avaliado caso a caso, já que a indicação de uso não é geral”, responde a médica.

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