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Acidente no Mirabilandia: polícia indicia 4 pessoas por homicídio culposo após morte de mulher

O resultado do inquérito foi revelado nesta terça-feira (19) em coletiva de imprensa na sede da Polícia Civil

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Marcelo Aprígio

Publicado em 19/03/2024 às 11:34 | Atualizado em 19/03/2024 às 11:45
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A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) indiciou quatro pessoas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, no inquérito sobre o acidente no parque de diversões Mirabilândia, no qual uma mulher morreu após ser arremessada de um brinquedo. Na avaliação dos investigadores, houve negligência no caso.

O acidente aconteceu no brinquedo "Wave Swinger", com diversos balanços presos que sobem uma altura de 12 metros.

A professora Dávine Muniz, de 34 anos, sofreu graves ferimentos na cabeça, chegou a ser levada para hospitais do Recife, onde ficou internada e passou por diversas cirurgias, mas não resistiu e morreu em 1º de fevereiro de 2024.

O resultado do inquérito foi revelado nesta terça-feira (19) em coletiva de imprensa na sede da Polícia Civil.

CORROSÃO E FALTA DE MANUTENÇÃO

O inquérito contou com uma perícia crucial realizada pelo Instituto de Criminalística em colaboração com o Instituto Nacional de Tecnologia e Revestimentos e especialistas da UFPE.

No total, foram produzidas 77 laudas de perícia. Até o momento, o inquérito ainda não foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

A análise pericial revelou que os elos das cadeiras do brinquedo estavam corroídos devido à ação da maresia. Todos os elos das cadeiras estavam comprometidos.

No dia anterior ao incidente, o parque realizou uma vistoria, porém, não efetuou a devida manutenção do brinquedo. Este foi construído em 1998 e estava localizado a 1,5 quilômetro do mar.

Segundo informações da polícia, os elos que se soltaram não estavam próximos às cadeiras, mas sim às hastes. Foi exatamente nesse ponto que ocorreu a ruptura, resultando na queda. Todos os quatro conjuntos de correntes se romperam, conforme documentos apresentados pelas autoridades.

A perícia, realizada cinco dias após o acidente, solicitou os relatórios de manutenção do parque. No entanto, segundo informações da polícia, esses documentos não foram fornecidos.

Durante uma entrevista, a polícia informou que o parque apresentou uma nota fiscal de 2020, indicando a compra de 360 metros de correntes novas para manutenção.

No entanto, constatou-se que essa quantidade não era suficiente para cobrir nem a metade das cadeiras.

BATALHA LEGAL

O trágico acidente de Dávine também foi marcado por uma disputa legal entre sua família e a administração do Mirabilandia.

O último episódio envolveu a necessidade de a professora receber alta hospitalar e ser transferida para cuidados domiciliares.

A família de Dávine afirmava que as reformas necessárias para a instalação do home care custariam de R$ 50 mil a R$ 60 mil e que aguardavam que o parque arcasse com os custos da reforma.

Sem retorno, a família chegou a fazer uma arrecadação virtual para conseguir dinheiro

RELEMBRE O CASO

A professora sofreu um traumatismo cranioencefálico (TCE) grave e fraturas de membros superiores, após ser arremessada do brinquedo no dia 22 de setembro.

A vítima recebeu os primeiros socorros no local e foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife.


O Procon-PE interditou o Mirabilandia ao final do dia e exigiu que a administração do parque apresentasse um relatório contendo toda a manutenção periódica de todos os brinquedos instalados no parque, além de cópia da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), de cada brinquedo, da cópia do Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) válido do parque e, também, da licença de funcionamento emitida pelos órgãos competentes.

O parque ficou interditado durante 40 dias,voltando a funcionar em 2 de novembro. Uma perícia feita pela Polícia Científica apontou que o brinquedo quebrou por falta de manutenção.

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