Fiel revela ao bispo de igreja mórmon que abusava das filhas; instituição mantém sigilo e diz não ser obrigada a denunciar

Homem revelou o abuso durante um aconselhamento
Suzyanne Freitas
Publicado em 11/08/2022 às 11:16
Mulher sofreu anos de abusos sexuais por parte de seu pai Foto: Dario Lopez-Mills/ Associated Press


Uma mulher, que não teve a identidade revelada, tinha 5 anos quando seu pai revelou ao bispo da Igreja Mórmon que abusava sexualmente dela.

O pai, membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nos EUA e notório viciado em pornografia, estava em aconselhamento com o bispo quando revelou o abuso.

O bispo, que também era médico de família, seguiu a política da igreja e ligou para o telefone que as autoridades religiosas chamam de “central de atendimento” para pedir orientação.

Os advogados da igreja, conhecida como Igreja Mórmon, disseram para o religioso não chamar a polícia, nem os agentes do conselho tutelar.

BISPO MANTEVE ABUSO EM SEGREDO

Com isso, o bispo manteve o abuso em segredo, segundo informações do portal G1. Por mais um ano, o bispo continuou aconselhando o pai da criança.

Ele também conversava com a mulher do homem, que não fez nada para proteger os filhos do abuso.

HOMEM ESTUPROU A FILHA POR MAIS 7 ANOS

Ainda segundo informações do portal, o homem continuou a estuprar a própria filha por mais 7 anos, até a adolescência, e também abusou de sua irmã bebê, que nasceu nesse período.

Ele frequentemente filmava os abusos e publicava vídeos na internet. Em 2017, ele foi preso por agentes de Segurança Nacional, sem auxílio da igreja. Autoridades policiais da Nova Zelância havia descoberto uma das gravações do avuso.

O homem se suicidou sob custódia antes de enfrentar julgamento. A agência de notícias Associated Press teve acesso a quase 12 mil páginas de registros sigilosos de um processo por abuso sexual de menores, sem vínculo com esse caso, contra a igreja Mórmon do estado americano da Virgínia Ocidental.

A família vivia em uma estrada de terra a cerca de 12km do centro de Bisbee, no sudeste do Arizona, nos Estados Unidos. Documentos jurídicos analisados pela agência AP revelam que a casa ficava cheia de roupas e embalagens de lubrificante que Adams usava para abusar sexualmente de suas filhas.

Ele passava grande parte do tempo assistindo pornografia ou andando pela casa nu ou de roupa íntima.

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