
As praias do Nordeste estão sofrendo com o aparecimento de manchas de óleo desde o mês de agosto. As manchas estão avançando e, até essa terça-feira (22), 900 toneladas de óleo já haviam sido recolhidas das praias com ajuda de muitos voluntários. Nesta quarta-feira (23), a praia do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, amanheceu com óleo e se somou às outras oito cidades de Pernambuco afetadas pelas manchas de óleo.
Confira as respostas para as principais perguntas sobre as manchas de óleo no Nordeste:
1. Onde e quando o problema surgiu?
As primeiras manchas de óleo no Nordeste apareceram no final do mês de agosto, nas praias de Tambaba e Gramame, no município de Conde, e na Praia Bela, em Pitimbu, na Paraíba. Em setembro, manchas foram localizadas nas cidades de Ipojuca e Olinda, em Pernambuco.
Em Pernambuco, o retorno das manchas ocorreu na tarde do dia 17 na Praia de São José da Coroa Grande.
2. Quantos estados foram atingidos?
O óleo já foi registrado em mais de 70 cidades dos nove estados nordestinos nas últimas semanas e se espalham por mais de dois mil quilômetros do litoral do Nordeste.
Nesta terça-feira (22), em portaria publicada no Diário Oficial da União, a situação de emergência no município de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul de Pernambuco, foi reconhecida pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves.








Por aqui, segundo balanço divulgado na noite desta terça-feira (22), já foram recolhidas 489 toneladas de resíduos de petróleo. A maior concentração das manchas está sendo registrada, atualmente, na praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho.
3. Quem está investigando?
Na última sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) dos nove estados do Nordeste moveu uma ação conjunta pedindo que a Justiça Federal obrigue a União a acionar em 24 horas o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo, com multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento da ordem.
A Marinha do Brasil, o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Petrobras, a Polícia Federal do Rio Grande do Norte e universidades federais, inclusive a UFPE, investigam as manchas de óleo nas praias do Nordeste.








4. Quais as possíveis origens das manchas de óleo no Nordeste?
No dia 20, no Recife, o almirante Leonardo Puntel, comandante de Operações Navais da Marinha, falou sobre as hipóteses levantadas sobre a origem do óleo.
Já o comandante da Marinha, Almirante Ilques Barbosa Júnior, afirmou, no dia 22 de outubro, que a investigação sobre a origem do acidente está focada em 30 navios de 11 países. Essas embarcações teriam passado por pontos do oceano onde o derramamento pode ter acontecido e nas datas apontadas por cientistas como as mais prováveis para o acidente.
5. Quais os riscos para as pessoas?
O óleo que está se espalhando pode trazer problemas que vão além da contaminação e da irritação na pele. Por isso, quem ajuda a recolher o material nas praias precisa ficar atento aos riscos gerados pelo simples contato do óleo com a pele.
Para evitar a contaminação, os equipamentos de segurança individual são: chapéu, máscara, luvas de borracha, botas, uma sacola resistente, balde e pá.
6. Quais os riscos para os animais?
O óleo pode afetar os animais marinhos de diferentes maneiras - alguns podem ingerir a substância ou ter a locomoção comprometida pelo contato do óleo com a pele. De acordo com o Ibama, até o dia 21, 39 animais foram conhecidamente afetados, entre eles, 18 tartarugas marinhas que morreram.
Ainda segundo o Ibama, como medida preventiva, 2.190 filhotes de tartarugas marinhas foram capturadas preventivamente na Bahia e 624, em Sergipe. Esses animais ficarão em observação.
Caso você encontre algum animal com óleo, a orientação é que sejam acionados imediatamente os órgãos ambientais para adotar as providências necessárias.
7. O que está sendo feito com o óleo recolhido?
As toneladas de óleo recolhidas nas praias pernambucanas estão sendo levadas para o Centro de Tratamento de Resíduos (CRT), que fica no município de Igarassu. Segundo o Governo do Estado, a empresa, que também recebe lixo urbano, está certificada e possui licença ambiental para receber resíduos perigosos, como é o caso desse óleo.
A gestão do material que foi retirado das praias está sendo coordenada pelo Superintendente da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, especialista em resíduos sólidos.