Os pesquisadores da Universidade de Hong Kong anunciaram, em comunicado, o primeiro caso de reinfecção do novo coronavírus. A descoberta analisa um homem diagnosticado novamente com a covid-19 meses após contrair a doença. Em entrevista ao Por Dentro com Cardinot, o infectologista Antônio Bandeira comentou sobre o que se sabe em relação a possibilidade das pessoas serem infectadas novamente com o novo coronavírus (reinfecção do coronavírus).
O que essa descoberta significa diante deste momento que estamos vivendo da pandemia do novo coronavírus?
É um fato muito importante para a saúde pública mundial porque isso aponta para possibilidade de nova infecção em pessoas que já tiveram a covid-19. Nós no Brasil estamos buscando várias situações deste tipo. A questão é a documentação, para que seja documentado de uma forma muito segura, como foi o caso de Hong Kong.
Essa reinfecção seria uma forma mais leve da doença ou isso independe?
Essa é uma situação ainda suspensa. Nós temos evidências profissionais de saúde que estão em investigação e que tiveram, aparentemente, um segundo caso da covid-19, Nós (Brasil) temos situações que apontam para um caso leve e outras para caso graves. As publicações podem esclarecer melhor para a gente. Mas tudo indica que isso pode acontecer (reinfecção). e vai ser um desafio para as vacinas, que precisam não só produzir anticorpos, mas também prevenir que o indivíduo seja infectado no futuro.
Até agora, o que, de fato, a ciência tem confirmado a respeito de reinfecção por vírus?
No caso do coronavírus, parece que talvez seja outros mecanismos. Um deles é a produção de anticorpos. Vários pacientes passam o caso do coronavírus, ficam bem, mas não produzem anticorpos depois. Talvez, para o agente etiológico da covid-19, sejam outros mecanismos, pois não parece ser mutações significativas neste vírus, pelo menos até o momento.
A pessoa pegou coronavírus, fez novos exames, testou negativo, mas não tem anticorpos. Ela pode ser reinfectar?
É a grande questão no momento. Se as pessoas fazem anticorpos ou fizeram e perderam os anticorpos. Isso acontecendo vai gerar duas situações: o indivíduo vai continuar se protegendo e a segunda questão vai ser o quanto os anticorpos para uma vacina vão se mostrar eficazes. Podem ser que essas vacinas sirvam por seis meses ou um ano. Enquanto a gente não esclarecer esse novo vírus, as pessoas tem que continuar usando as máscaras Vai ser fundamental. A gente não tem todas as respostas ainda. Talvez demore um pouco.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
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