AUXÍLIO EMERGENCIAL

AUXÍLIO EMERGENCIAL: Governo fala sobre possibilidade de mais pagamentos

O auxílio emergencial foi prorrogado, com valor reduzido, e deve terminar de ser pago em dezembro deste ano

TV Jornal
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Publicado em 13/11/2020 às 9:37 | Atualizado em 05/05/2023 às 8:14
Alexandre Gondim/JC Imagem
FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem

Com informações da Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou nessa quinta-feira (12) que, se houver uma segunda onda de contaminações pela Covid-19 no Brasil, o governo voltará a conceder o auxílio emergencial aos brasileiros em situação de vulnerabilidade econômica.

“Se houver uma segunda onda, não é uma possibilidade, é uma certeza [que o governo vai pagar novamente auxílio emergencial]”, disse, no evento do Dia Nacional do Supermercado, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Mas ele enfatizou que considera a probabilidade de nova onda de contaminações “baixa”.

Retirada do Auxílio Emergencial

De acordo com Guedes, o plano do governo é retirar o auxílio aos poucos, até o final do ano. “Estamos retirando os estímulos", disse Paulo Guedes.

"De R$ 600 [valor inicial das parcelas do auxílio] baixa pra R$ 300 [auxílio emergencial residual] e depois aterriza ali na frente, numa versão Renda Brasil ou na própria Bolsa Família. Temos as duas possibilidades, é uma escolha política”, disse.

Em agosto deste ano, o presidente Jair Bolsonaro disse que a proposta de criação do programa Renda Brasil estava suspensa.

O programa pretendia expandir o Bolsa Família. A proposta da equipe econômica era retirar o abono salarial para quem ganha até dois salários mínimos para financiar o novo programa.

Contribuição sobre transações digitais

Guedes voltou a defender a criação de uma contribuição sobre transações digitais, como forma de substituir a desoneração da folha de pagamentos.

Segundo o ministro, o governo tem o compromisso de não aumentar a carga tributária.

“Esse compromisso de não aumentar imposto significa que vamos fazer um programa de substituição de carga tributária. Não queremos criar um imposto, queremos a desoneração da folha de pagamentos”, afirmou.

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Ele acrescentou que para desonerar a folha de pagamentos e estimular a criação de emprego formal no país, é preciso encontrar uma “forma de financiamento” para essa redução dos impostos sobre os salários.

Guedes disse ainda que “não haverá aumento de imposto para quem paga imposto”. “Mas quem nunca pagou, vai aumentar”, disse.

De acordo com o ministro, haverá imposto sobre dividendos e se houver tributação das transações digitais, “quem não pagava vai começar a pagar”. E acrescentou que essas mudanças dependem de momento político adequado.

Inflação e recuperação da economia

O ministro reforçou que a “economia brasileira está voltando com força”. Ele disse que foi considerado muito otimista quando a crise gerada pela pandemia começou.

Segundo Guedes, os sinais da rápida recuperação da economia brasileira estão na arrecadação de impostos neste mês que “está extraordinária” e há dados de aumento do consumo de energia elétrica, de óleo diesel, além de as notas fiscais eletrônicas estarem “subindo em alta velocidade” e do aumento do emprego.

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Sobre a inflação, Guedes afirmou que muita gente fica com “raiva dos supermercados” quando vê os preços dos alimentos mais caros, mas os estabelecimentos são apenas “uma plataforma de distribuição”.

“Se esse produto já chega caro porque subiu o câmbio ou a demanda foi forte e os preços subiram, temos que deixar a engrenagem do mercado funcionar”, disse.

Para o ministro, com os preços altos, o setor agrícola brasileiro vai aumentar a produção e em “dois, três, quatro meses a frente os preços começam novamente a se estabilizar”.

Guedes acrescentou que o governo pode reduzir tarifas de importação quando houver “abusos” nas altas dos preços para estimular a competição e assim segurar a inflação.