Por recomendação da Controladoria-Geral da União, os trabalhadores que deveriam receber o abono salarial de 2020 a partir do segundo semestre terão acesso ao dinheiro adiado.
Em reunião, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou resolução que muda o calendário de pagamento do PIS e do Pasep, após acordo entre governo, empresas e trabalhadores.
O pagamento de até um salário mínimo (R$ 1.100) do abono salarial do PIS/Pasep, que deveria recomeçar a partir de julho deste ano, foi adiado para 2022.
O calendário adiado é para quem trabalhou com carteira assinada em 2020. Essas pessoas terão que esperar pelo menos mais seis meses para receber, a partir de janeiro de 2022.
O cronograma detalhado de pagamento do abono salarial de 2020 ainda não foi definido.
A resolução aprovada pelo Codefat prevê "os melhores esforços para assegurar" que todos recebam durante o primeiro semestre de 2022.
Em regra, o cronograma segue o mês de nascimento, para os empregados da iniciativa privada, e o número final da inscrição no Pasep, para funcionários públicos.
O abono salarial referente ao ano de 2019 foi depositado até 11 de fevereiro de 2021 para todos os trabalhadores que tinham direito.
O valor do abono salarial PIS/Pasep pago é de até um salário mínimo (R$ 1.100, em 2021) e varia de acordo com o tempo que a pessoa trabalhou.
Se ela trabalhou o ano todo, recebe um salário mínimo. Se trabalhou um mês, ganha proporcionalmente: 1/12 do salário mínimo. Segundo o Ministério da Economia, os valores são arredondados para cima.
Atualmente, quem trabalhou por um mês, por exemplo, tem direito a R$ 91,67 de abono. Com o arredondamento, o trabalhador recebe R$ 92.
Tem direito ao abono salarial o trabalhador:
O pagamento do abono salarial ano-base 2019 começou em julho de 2020 e terminou no dia 11 de fevereiro. Quem ainda não fez a retirada tem até 30 de junho para sacar o dinheiro.
Após esse prazo, os recursos voltam para a conta do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O Codefat é um órgão formado por representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores.
Segundo Renan Arrais, da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), o governo defendeu no Codefat o adiamento do abono salarial e colocou a medida como condição para recriar outro programa.
O programa em questão é o Beneficio Emergencial de Preservação de Emprego e Renda (BEm). A informação é do portal Uol.
O BEm foi o benefício pago pelo governo no ano passado para complementar a renda de trabalhadores que tiveram a jornada e o salário reduzidos.
Com o agravamento da pandemia no Brasil, aumentou a pressão para que o governo recrie o BEm, mas é preciso encontrar dinheiro para isso. O benefício custou R$ 33,5 bilhões aos cofres da União, em 2020.
No Orçamento deste ano, que deve ser votado nesta quinta (25), há uma previsão de gastos de R$ 18,1 bilhões com o abono.
No entanto, R$ 10,5 bilhões já foram usados para pagar o restante do calendário anterior do abono, para quem trabalhou em 2019. Assim, o adiamento do abono libera R$ 7,6 bilhões de gastos do governo em 2021.
O Ministério da Economia não confirmou se impôs ao Codefat o adiamento do abono como condição para recriar o BEm.
Também não foi informado se a verba que estava prevista para o benefício será usada em um novo programa de manutenção de emprego.
>> Calendário do PIS/PASEP é adiado; veja quando trabalhador recebe abono salarial
Sindicalistas disseram que a decisão sobre o abono salarial é impopular entre os trabalhadores, mas não havia alternativa.
Segundo representantes de centrais sindicais, o Ministério da Economia, por meio do secretário do Trabalho, Bruno Dalcolmo, solicitou na terça-feira (23) uma reunião de emergência do Codefat.
O objetivo seria adiar o abono salarial ainda antes da votação do relatório do Orçamento, marcada para a quinta (25).
>> Rais: entrega de declaração que garante direitos e benefícios, como abono salarial, já tem prazo
Ariovaldo Camargo, secretário de finanças da CUT (Central Única dos Trabalhadores) criticou o modo como a negociação foi conduzida pelo governo.
Ele afirma que as centrais sindicais não tinham a opção de ir contra o adiamento, pois seriam vencidas no Codefat. Além disso, a recriação do BEm é de interesse dos trabalhadores.
De acordo com Arrais, havia também uma recomendação da CGU para pagar o abono entre janeiro e dezembro, para evitar restos a pagar de um ano para o outro.
Ele diz que manter o calendário entre julho e junho, como vinha acontecendo, poderia levar à responsabilização pessoal dos conselheiros do Codefat.
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