* Com informações da Agência Brasil
Nessa terça-feira (19). a Petrobras comunicou, por meio de nota, que os pedidos de gasolina e diesel para o mês de novembro excedem as quantidades dos meses anteriores e também a sua capacidade de produção.
Essa informação foi divulgada depois que a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom) publicou um texto informando que o setor comercial da Petrobras está passando por "uma série de cortes unilaterais" nos pedidos, para compra de gasolina e diesel, para o próximo mês.
De acordo com a Petrobras, o comércio brasileiro de diesel foi abastecido tanto por sua produção, quanto por importações realizadas por distribuidoras, por terceiros e pela companhia, que garantiram o atendimento integral da demanda doméstica nos últimos anos.
“Apenas com muita antecedência, a Petrobras conseguiria se programar para atender essa demanda atípica. Na comparação com novembro de 2019, a demanda dos distribuidores por diesel aumentou 20% e a por gasolina, 10%, representando mais de 100% do mercado brasileiro”, esclareceu a estatal.
Com base nos números divulgados no Relatório de Produção e Vendas do 2T21, a Petrobras declarou que, no primeiro semestre de 2021, esteve operando em seu parque de refino com um fator de utilização (FUT) de 79%.
A média foi superior ao registrado em 2019 (77%) e 2018 (76%), mesmo considerando as paradas programadas em seis refinarias, que foram postergadas de 2020 para 2021 em função da pandemia. No acumulado de outubro de 2021, a companhia está operando com FUT de 90%.
Em nota, a Brasilcom informou que houve aumento na procura pelo diesel no mercado interno, com maiores pedidos para a Petrobras, já que o combustível no mercado externo está mais caro do que o valor vendido no Brasil.
Ainda segundo a Brasilcom, essas reduções nos pedidos de combustíveis praticadas pela Petrobras, que em alguns casos são até de -50%, "colocam o país em situação de potencial desabastecimento".
A nota da Brasilcom também afirma que a Petrobras está impossibilitada de compensar as reduções através de negociações com o mercado externo, já que existe uma diferença considerável entre os preços do mercado internacional e os valores praticados no Brasil.
Já a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) descartou, por enquanto, qualquer possibilidade de desabastecimento de combustíveis no Brasil.
"Não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, neste momento. A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos", informaram por meio de nota.
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