POLÍTICA

Mensagens de Mauro Cid apontam que Bolsonaro tinha conhecimento do esquema de venda das joias

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é investigado pelo caso

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Vitória Floro

Publicado em 21/08/2023 às 9:23 | Atualizado em 21/08/2023 às 9:30
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Mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que está sob prisão desde maio deste ano, sugerem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) poderia estar ciente da comercialização e posterior recuperação de joias.

O ex-assessor, atualmente alvo de investigações sobre um suposto esquema de venda de presentes recebidos por delegações estrangeiras durante seu mandato, estaria envolvido nesse contexto.

Na semana passada, a situação do ex-presidente se complicou ainda mais após declarações do hacker conhecido como Walter Delgatti, que participou do vazamento de informações da operação Lava Jato.

Durante seu testemunho perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as ações ocorridas em 8 de janeiro, Delgatti afirmou que Bolsonaro teria solicitado que ele assumisse a responsabilidade pelos grampos realizados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em meio a esses desenvolvimentos, uma fonte da Polícia Federal (PF) revelou ao programa Fantástico, no domingo (20/8), que há indícios de que o ex-presidente tinha conhecimento das tentativas de Mauro Cid de vender e, posteriormente, resgatar as joias.

Contudo, as análises oficiais da PF ainda estão em andamento. Foi Alexandre de Moraes quem autorizou a quebra do sigilo de dados de Cid e dos registros bancários de Bolsonaro e Michelle Bolsonaro.

A avaliação das joias está sendo conduzida no Instituto Nacional de Criminalística, localizado nas instalações da PF em Brasília. Essa investigação envolve a colaboração de pelo menos quatro laboratórios especializados.

Os peritos identificaram um total de 3.161 diamantes em um colar presenteado ao governo brasileiro. De acordo com o programa, o valor estimado dessas joias é de cerca de R$ 4,15 milhões.

Os objetos envolvidos na investigação das joias incluem:

  • Joias femininas
  • Escultura de cavalo feita de liga metálica
  • Kits masculinos (ouro branco e rosé)

Somente as joias femininas, originalmente destinadas à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, têm um valor estimado de R$ 4,15 milhões.

Essa avaliação leva em consideração tanto a marca de luxo associada quanto a quantidade e qualidade dos diamantes nas peças.

No que se refere aos outros kits, o relógio mais caro é o modelo rosé da marca Chopard, avaliado em R$ 695 mil.

Independentemente disso, a segunda-feira (21/8) promete ser intensa, com expectativas de novos desenvolvimentos no caso envolvendo o hacker Walter Delgatti.

Ele alegou perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que Bolsonaro teria requisitado sua colaboração para os grampos contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

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