A suspensão das aulas por causa da pandemia de Covid-19 forçou instituições e órgãos educacionais do mundo todo a procurar experiências inovadoras para diminuir os impactos do aprendizado remoto.
No Brasil, por exemplo, os estudantes sofreram com a falta de aparelhos eletrônicos. Já em outros países, o acesso à tecnologia foi mais fácil.
Este é o tema do quarto episódio da série de reportagem da TV Jornal 'Educação: Pós-pandemia, desafios e soluções'
De acordo com dados do Department for Education, aproximadamente 9% das crianças do Reino Unido, cerca de 1 milhão e 800 mil estudantes, não tinham acesso a computadores ou tablets em casa.
>>Educação pós-pandemia: falta de acesso à tecnologia dificulta vida de alunos de baixa renda
Luiz Felipe, recifense, de 47 anos, mora em Brighton, na Inglaterra, há 11 anos e é professor assistente. De acordo com ele, apesar das dificuldades, estudantes e professores foram bem assistidos pelo governo.
O governo inglês, fechou as escolas para os estudantes por, aproximadamente, 100 dias, mas garantiu a entrega de 1 milhão e 300 mil computadores e tablets para os alunos que não tinham como acompanhar as aulas online.
Na escola onde Luiz trabalha, os estudantes também foram contemplados. "Acho que 20 crianças, em torno de 1.200 alunos, que precisavam dessa ajuda. Então o governo cedeu 20 laptops já com conexão de internet. Assim, quando acabou o primeiro lockdown, todos os computadores foram devolvidos e voltamos para a sala de aula", relatou o professor.
>>Educação: Aulas remotas também foram desafio para professores durante pandemia de Covid-19
As escolas secundárias ficaram fechadas por 92 dias em Portugal. O investimento de sucesso no país foi a transmissão de aulas pela televisão em rede nacional.
O presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, que é professor por formação, parou um pouco as obrigações governamentais e deu aula para alunos do 1º ao 9º ano pela TV.
Antônio Martins é jornalista e mora com a família em Portugal. Seu filho de 13 anos estuda em uma escola pública portuguesa e pode acompanhar as aulas pelo programa durante o lockdown.
Voltando para o Brasil, as decisões- ainda que descoordenadas pela falta de atuação do Ministério da Educação - proporcionaram a chance de acrescentar o uso de tecnologias e mudanças nas metodologias de ensino.
Em Pernambuco, além do material impresso e das aulas online, foram montados estúdios de gravação para levar o conteúdo à casa dos alunos também no formato de programas na TV.
Um estudo divulgado pelo FGV EESP CLEAR indica que os alunos do 6º ao 9º ano podem ter regredido, em média, até três anos de matemática e 4 anos em leitura e língua portuguesa. Para especialistas, o uso das tecnologias pode sim ser um aliado para recuperar esse atraso.
De acordo com alguns cientistas, o caminho para a recuperação dos estudantes passa pela integração da tecnologia com a extensão da jornada escolar dos estudantes.
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