Devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a encenação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova, no Agreste do Estado, não será realizada pelo segundo ano consecutivo.
Além de quebrar uma tradição de mais de 5 décadas, o cancelamento do espetáculo traz prejuízos para a economia da região.
O espetáculo da Paixão de Cristo ocorre anualmente no período da Semana Santa, e é considerado o segundo maior evento religioso do Brasil.
>> Espetáculos da Paixão de Cristo amargam segundo ano de cancelamento
A celebração fica atrás apenas da peregrinação de Nossa Senhora Aparecida, no mês de outubro, que é o maior evento deste tipo no país.
Milhares de turistas acompanham o espetáculo na cidade-teatro. A manifestação cultural e religiosa, tem um importante viés econômico, gerando emprego e renda na região.
De atores a figurantes, passando por profissionais da técnica até costureiros - a cada ano, cerca de 10 mil pessoas trabalham de forma direta e indireta, antes, durante e depois do espetáculo. Porém, em dois anos, muitos ficaram sem a renda extra.
Antes de chegar a Fazenda Nova, muitos turistas incluem Caruaru no roteiro. Em termos de números, durante 8 dias de encenação da Paixão de Cristo, aproximadamente 250 mil turistas passam pela capital do Agreste, injetando mais de R$ 200 milhões na economia local.
A não realização da encenação da Paixão de Cristo reflete também na rede hoteleira de Caruaru.
De acordo com o empresário do ramo, André Gomes, durante a Semana Santa, o hotel chegava a ter 100% de ocupação. Agora, praticamente não há reservas.
Os artistas também estão sentindo o cancelamento das atividades. O cantor Pereira do Acordeon afirma que o cancelamento das atividades não mexe somente com o lado financeiro dos artistas.
"Abalou muito não só financeiramente, como psicologicamente", disse o cantor.
"Gosto de fazer forró, de ver o povo dançando. (...) Só podemos pedir a Deus para a pandemia acabar e que todo mundo coopere também. A esperança é a vacina", declarou o artista.
Ainda não se sabe se no ano de 2022 a encenação da Paixão de Cristo irá acontecer. Porém, de lado a lado com as dúvidas, tem também a esperança de que os dias sem pandemia cheguem logo.
A esperança é que o Agreste de Pernambuco volte a ser um roteiro para a fé, para o turismo e para a geração de trabalho na Semana Santa.
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