Na semana em que a Lei Maria da Penha completa 12 anos, um dado nada positivo para as mulheres é registrado em Pernambuco. Somente nos primeiros meses deste ano, 127 mulheres foram assassinadas no Estado. Em 41% desses casos, o inquérito policial sequer foi concluído.
Uma dessas situações é a de Rosineide Silva de Almeida, de 54 anos, encontrada morta, no meio do lixo, nua e com as mãos amarradas nas costas. O crime aconteceu no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, no dia 12 de março deste ano. Até o momento o inquérito não foi iniciado, não se sabe o porquê ou quem cometeu o crime.
Entre os dados levantados pelo projeto, foi identificado que 20,47% das situações têm relação direta com o tráfico de drogas, 10,24% têm uma relação indireta, e em mais de 24% dos assassinados a motivação inicial ainda não é conhecida.
Por meio dos dados é possível perceber que a morte de mulheres apenas pela sua condição de gênero chegaram a quase 30%. Em alguns casos, é possível averiguar a motivação por meio do cenário onde esta mulher foi encontrada. Muitas vezes, ela também traz um histórico de violência doméstica. É preciso atentar para aqueles casos que não têm muitos detalhes à mostra.
A lei que rege os crimes de feminicídio é a de número 13.140, aprovada em 2015, quando passou a constar no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio. A regra também incluiu os assassinatos motivados pela condição de gênero da vítima no rol dos crimes hediondos, o que aumenta a pena de um terço (1/3) até a metade da imputada ao autor do crime. Para definir a motivação, considera-se que o crime deve envolver violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Os dados fazem parte do projeto Uma Por Uma, iniciativa lançada pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), em abril de 2018. A ideia tem como objetivo contabilizar os feminicídios no Estado, contando a história de cada uma dessas vítimas e acompanhando caso a casa até o julgamento.
As histórias são contadas por 26 jornalistas, que compõem a equipe de apuração. De acordo com a coordenadora do projeto, a jornalista Ciara Carvalho, a ideia surgiu a partir do elevado número de casos de violência contra a mulher registrados no Estado.
O projeto pretende reunir as informações em um banco de dados, que irá funcionar como um serviço para a sociedade. "Não podemos deixar que esqueçam o porquê dessas mortes. É sobre elas e para elas que a gente está fazendo esse trabalho", explica a jornalista.
A plataforma Uma Por Uma poderá ser acessada pelo link: www.umaporuma.com.br. Ainda nesta quinta-feira (9), você poderá ver na TV Jornal, no canal 2, uma reportagem que fala sobre os casos de feminino no interior do Estado e a dor das famílias das vítimas dessa violência.
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