A segunda parte da investigação sobre o assassinato do advogado André Ambrósio Ribeiro, 46 anos, foi iniciada nesta sexta-feira (13). André foi morto na frente da filha de 1 anos e 6 meses, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, enquanto deixa a criança na casa da ex-mulher, na tarde da quinta-feira (12). Até o momento, o delegado Rodolfo Bacelar ouviu a babá da criança, que presenciou o crime, e também a ex-sogra do rapaz, que estava dentro da residência.
Com os depoimentos, a equipe da polícia poderá organizar as linhas de investigação, que até o momento não pendem para nenhum dos lados, por motivação passional ou por desentendimentos em casos na profissão. De acordo com o delegado, outras pessoas serão intimadas para prestar depoimento ainda nesta tarde. A ex-mulher do advogado, que está na lista das pessoas que irão até à delegacia, está à caminho de Caruaru. Ela estava no Maranhão, quando recebeu a notícia do crime brutal.
João Pedro Guerra, advogado em defesa da família da vítima, contou à reportagem do Jornal do Commercio, que desde as 9h da manhã o delegado escuta os parentes mais próximos. “Mesmo com os primeiros depoimentos, ainda é muito cedo para levantar algo concreto. Porém, nada é descartado pela polícia”, relata o doutor.
"Nesse primeiro momento, a gente está no início do colhimento de provas testemunhais. Temos várias linhas de investigação que estão sendo trabalhadas, mas não podemos adiantar nenhuma delas", conta o delegado Rodolfo.
Ainda segundo o delegado, a babá está chocada com a cena que presenciou, e está “muito abalada” para contar detalhes do momento. A mulher relata que o rapaz mandou André entregar a criança a ela, e pediu que as duas saíssem do local. Em seguida, mandou o advogado se abaixar, efetuando os cinco disparos que foram fatais.
Nas primeiras diligências feitas no local, o perito Cleomarcio Miguel da equipe do Instituto de Criminalística (IC), conta que já foi descartada a possibilidade de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. “Com a vítima, além dos pertences, havia pouco mais de R$ 1 mil, caracterizando que o crime não pode jamais ter sido latrocínio, mas execução sumária”, relata o perito.
Separado da mulher há cerca de três meses, André Ambrósio estava morando no Recife e tinha ido à Caruaru visitar a filha, e em seguida retornaria à capital. Segundo o delegado Márcio George, que apurou os detalhes do crime no local, imagens de outras câmeras de segurança de residências localizadas no Loteamento Itamaraty, onde aconteceu o crime, mostram um carro parado na frente da casa da ex-sogra de André, no momento em que ele chega para buscar a menina.
As linhas de investigação seguem para dois motivos: o crime pode ter motivação passional, por algum desentendimento com alguém da família ou no relacionamento, ou, motivada pela profissão que André exercia, a de advogado trabalhista e imobiliário, a qual lida com grandes quantias de dinheiro.
"Não foi latrocínio. O executor chegou anunciando um assalto. A vítima até chegou a oferecer o dinheiro, mas ele disse que não queria saber de dinheiro", destaca Rodolfo Bacelar.
Na semana anterior ao crime, o advogado pagou um serviço de blindagem no carro, de modelo Santa Fé, o que pode ter sido feito após receber ameaças. Nem a família da vítima, nem amigos próximos sabem se André estava correndo risco de vida, pois ele não teria comentado com ninguém sobre uma possível ameaça.
Apesar do bom comportamento e educação, ressaltada por todos que o conheciam, André tem passagens pela polícia por porte ilegal de arma e por agressão à mulher, que se configura na Lei Maria da Penha. “Ele tem passagem por violência doméstica e por crime relacionado ao estatuto do desarmamento”, confirma o delegado após o levantamento de antecedentes da vítima.
Segundo fontes próximas à família, o pai e irmã do advogado também tiveram mortes trágicas. O pai morreu vítima de um atropelamento em Portugal, e semanas depois, a irmã de André foi assassinada em uma rua no Centro do Recife.
Uma equipe saiu do Recife na manhã desta sexta-feira (13), com destino à Caruaru, onde serão coletadas informações sobre a fisionomia do executor, para que seja feito um retrato falado dele. A polícia dá um prazo de um a dois dias para que o retrato falado seja preparado e divulgado.
“A imagem, assim que pronta, será divulgada na imprensa para que outras pessoas possam ajudar a polícia na identificação e depois, na prisão do autor do crime”, destaca Rodolfo Bacelar.
Uma das câmeras de segurança conseguiu flagrar o perfil do homem. O delegado conta que as primeiras imagens mostram que ele é moreno, de altura mediana, com uma tatuagem no braço. Apesar de estar de boné, na tentativa de esconder o rosto, foi possível identificar que o rapaz tem bigode.
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