Paralisação

Greve dos caminhoneiros recebe apoio de mais uma organização; Bolsonaro se pronuncia

A greve da categoria está prevista para fevereiro e já se diz que será 'igual ou maior' que a paralisação dos caminhoneiros de 2018

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 29/01/2021 às 8:27 | Atualizado em 15/12/2022 às 14:34
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Nesta quinta-feira (28), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) declarou, através das redes sociais, o apoio de mais uma entidade à greve dos caminhoneiros, que já tem previsão de início.

De acordo com a confederação, a Federação Unitária de Transporte, Porto, Pesca e Comunicação da América (FUTAC) também deu apoio à paralisação nacional dos caminhoneiros.

O movimento da categoria já conta com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, que está orientando a adesão à greve de todos os 800 mil motoristas autônomos e celetistas da sua base.

Conselho segue apoiando greve nas redes sociais

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) segue indicando seu apoio à greve nas redes sociais, com publicações diárias, além de uma fixada no Twitter informando a previsão de início em 1º de fevereiro, por tempo indeteminado.

Bolsonaro fala em obstáculos

Na live semanal em seu perfil nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre a possível paralisação da categoria. Na ocasião, afirmou haver obstáculos para a redução no preço do diesel, principal reivindicação da classe.

De acordo com o presidente, umas das possibilidades seria reduzir em 9 centavos o valor do imposto PIS/Cofins. No entanto, o Ministério da Economia avaliou que a medida poderia trazer prejuízos a outros setores. Segundo Bolsonaro, cada centavo no diesel equivale a R$ 800 milhões por ano.

"Eu não sei se é possível ou não, quem fala de economia é o Paulo Guedes. Eu levo sugestões pra ele, ele analisa, levando em conta o mercado, a economia do mundo todo. Mas seria muito bom se nós pudéssemos diminuir e não aumentar alguns impostos, de acordo com o interesse público", completou.

O que se sabe sobre a greve dos caminhoneiros?

A possibilidade de uma greve parecida à paralisação de 2018, vem sendo discutida amplamente pelas entidades ligadas à classe, o governo federal e a população.

Todos os dias, uma novidade surge sobre o assunto, seja a adesão de uma nova entidade ao movimento ou alguma ação do governo para tentar combater a greve dos caminhoneiros.

O que se pode afirmar é que a greve dos caminhoneiros já possui uma data provável e confirmações de entidades com um grande número de motoristas. Confira abaixo.

ANTB e CNTRC

A Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB) projeta uma nova greve de caminhoneiros. Entrevistado pelo SBT News, o representante da entidade, José Roberto Stringasci, que integra o CNTRC, afirmou que a categoria se articula para uma nova interrupção nas atividades.

"Estamos nos mobilizando em nível Brasil sim, para fazer a paralisação", disse.

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) inclui 22 entidades. Stringasci declara apoiar a paralisação nacional, acreditando que seja igual ou maior que a de 2018.

No Twitter, após o apelo do presidente Jair Bolsonaro, a CNTRC publicou diversos vídeos nesta quinta-feira (28) afirmando que a greve vai começar no dia 1º de fevereiro, próxima segunda-feira.

Presidente acata pedidos

Sob forte apelo dos principais apoiadores de Bolsonaro, o governo cedeu aos pedidos dos caminhoneiros após a ameaça de uma possível paralisação da categoria como a que ocorreu em 2018.

Entre os pedidos estão a inclusão dos caminhoneiros como grupo prioritário, junto a indígenas, idosos e profissionais de saúde, para a vacinação contra a covid-19. O novo plano nacional foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Além da priorizar os caminhoneiros na fila da vacina, o presidente Jair Bolsonaro também suspendeu a cobrança de taxa de importação de 16% sobre os pneus. A decisão foi acertada pelo Camex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior), ligado ao Ministério da Economia.