Caso do mendigo de Planaltina

Mulher que teve relações com mendigo sofreu alucinações e delírios, diz laudo médico

Dentre as características do diagnóstico, o laudo cita "Gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade".

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 26/03/2022 às 13:20 | Atualizado em 29/03/2022 às 14:06
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Vídeo / Reprodução
Caso em que marido flagrou a esposa com morador de rua aconteceu no Distrito Federal. - FOTO: Vídeo / Reprodução

Os médicos psiquiatras responsáveis pelo tratamento da mulher que foi flagrada pelo marido tendo relações sexuais com um mendigo dentro de um carro, em Planaltina, Distrito Federal, no dia 9 de março, afirmam que a paciente sofre de “transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica”. 

O quadro clínico foi especificado, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), como  código F31.2 CID-10.

Confira detalhes do laudo médico

Veja o momento do flagrante

Laudo médico

O site Metrópole teve acesso ao laudo médico assinado em 15 de março por um psiquiatra do Hospital Universitário de Brasília (HUB) que ponta na mulher "alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia, falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados”.

Dentre as características do diagnóstico, o laudo cita “Gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade”. 

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Justiça solicita laudo 

Na última quinta-feira (24), a juíza da Vara Cível de Planaltina, onde ocorreu o caso, em Goiás, pediu que sejam apresentados documentos que mostrem o real estado de saúde da mulher.

O relatório serve para justificar a nomeação de outra pessoa para representar a mulher no processo judicial que corre sobre o fato.

Assim, o psiquiatra afirma que a mulher “não é capaz de responder por si, tampouco de exercer vários atos da vida civil; em especial o de assinar documentos e procurações, assim como de celebrar contratos ou contratar serviços de qualquer natureza”.

Entenda o caso

Segundo a polícia, o personal saiu para procurar a esposa que teria saído para ajudar uma pessoa em situação de rua com a sogra. Depois de um tempo, as duas se separaram.

O homem então saiu para procurar a mulher. Quando chegou ao Centro de Ensino Fundamental Paroquial, o homem avistou o carro que a esposa estava usando e se aproximou.

Foi então que ele flagrou sua companheira e o 'mendigo' fazendo sexo no banco da frente do veículo. Após ver a cena, ele agrediu o rapaz que estava com sua esposa.

Ao Portal G1, a mulher falou que foi abordada pelo sem-teto, que pedia dinheiro. Como ela não tinha, ele pediu para ver a bíblia que a moça havia ganhado do marido.

Logo depois, o sem-teto pediu um abraço e os dois entraram no carro e trocaram caricias. Após isso, os dois se encontraram em um local combinado e tiveram práticas sexuais.

Após o episódio, o personal saiu em defesa da esposa nas redes sociais. Em nota, ele disse que a mulher teria tido um surto psicótico e, por isso, a relação extraconjugal não foi consentida.

“Não se trata de uma traição, e, sim, crime de violência”, disse o marido.

A afirmação do homem se contradiz com a da sua esposa, que afirmou a polícia ter tido relações sexuais com o sem-teto por vontade própria.

Em áudios obtidos pela TV Globo, a esposa disse que viu as “imagens do marido e de Deus” no rosto do homem e por isso fez sexo. Ela também disse que não estava sob efeito de álcool.

Com a repercussão do caso, os perfis do casal foram excluídos das redes sociais.

Entrevista com o mendigo

Na última quinta-feira (24) foi divulgada pela primeira vez uma entrevista exclusiva com o morador de rua que teria tido relações com a mulher. Na ocasião, ele deu sua versão do caso e afirmou que não formou a esposa do personal trainer a nada. 

“Eu andava pela rua e ouvi um grito: ‘Moço, moço’. Olhei para trás e só tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: ‘Quer namorar comigo?’", disse.

“Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, continuou.

Apesar de ter sofrido agressões, que resultaram em um edema no olho e em uma costela quebrada, o morador de rua revelou não ter se arrependido do acontecido.

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