Saúde

O que comer em caso de gastroenterite? Médico recomenda alimentação leve e água

Em caso de gastroenterite, paciente deve ficar atento para evitar desidratação

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Cadastrado por

Gabriel dos Santos

Publicado em 30/11/2023 às 11:14 | Atualizado em 30/11/2023 às 11:22
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Pacientes com gastroenterite devem seguir uma alimentação saudável, leve e ingerir água em quantidade necessária para evitar a desidratação, além de, claro, seguir orientações específicas do médico, como, em alguns casos, o uso de medicamentos.

“De um modo geral, alimentos com alto teor de gordura, condimentos e acidez devem ser evitados para não contribuir para piora dos sintomas. O paciente não deve evitar de se alimentar, desde que seja com alimentos leves e de fácil aceitação, bem como grande quantidade de líquidos”, orienta o médico Bruno Falcão, gastroenterologista do Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa.

O médico chama atenção para a importância de oferecimento de água para o paciente com gastroenterite. “Boca e língua excessivamente secas, olhos afundados, perda de elasticidade da pele, dor de cabeça e aumento da frequência cardíaca são alguns sinais de desidratação. É importante aumentar a oferta de líquidos para o paciente, conforme aceitação. Não se deve parar a alimentação, desde que esta seja mais leve, pois o jejum prolongado pode ser prejudicial ao doente”, diz.

Crianças e idosos precisam de ainda mais atenção neste sentido. “Toda a população tem susceptibilidade semelhante à gastroenterite. No entanto, bebês, crianças e idosos têm maior potencial de desidratação devido à baixa aceitação de líquidos e maior fragilidade. Os cuidadores destes grupos devem ter um cuidado especial com a ingesta líquida para evitar consequências”, afirma o médico.

COMO EVITAR A GASTROENTERITE? 

“A grande maioria das gastroenterites decorre de transmissão de vírus por via aérea ou oral, bem como ingestão de alimentos ou água contaminados. É importante a lavagem das mãos com frequência, bem como higienização de frutas e verduras consumidas em casa. Além disso, deve-se evitar alimentos de procedência duvidosa, principalmente ao se alimentar fora de sua residência”, explica o médico Bruno Falcão.

Em alguns casos, a gastroenterite pode ser transmitida de uma pessoa doente para outra saudável. Por isso, em caso de familiar doente dentro da residência, é importante proceder com muito cuidado.

“Deve-se evitar compartilhar talheres e copos, e incentivar a lavagem constante das mãos de todos os integrantes da família. Ao cuidar de uma criança doente, é importante ter atenção especial para higiene das mãos no asseio pós-episódios de diarreia”, orienta o gastroenterologista.

Tratamento

Segundo o especialista, na ocorrência dos sintomas, o médico deve ser procurado para identificar as causas e indicar o tratamento correto.

“As gastroenterites bacterianas costumam cursar com picos febris, dor abdominal intensa e, em alguns casos, diarreia com evidências de sangue (diarreia invasiva). A presença de febre também é possível na diarreia viral, portanto o diagnóstico deve ser feito através de consulta médica e exames de laboratório. O tratamento da gastroenterite bacteriana necessita do uso de antibióticos, enquanto a viral é tratada apenas com medidas de suporte (hidratação e remédios sintomáticos)”, destaca Falcão.

“A maior parte dos casos pode ser tratada em domicílio, com hidratação abundante e uso de medicações sintomáticas. Em casos de diarreia ou vômitos incoercíveis, dor abdominal intensa ou impossibilidade de oferta de líquidos por via oral, pode ser necessária a internação do paciente para cuidados especializados”, acrescenta.

 

“Grande parte dos casos de gastroenterite são auto-limitados, ou seja, se resolvem por conta própria em alguns dias. Os quadros causados por bactérias, após diagnosticados pelo médico, devem ser tratados corretamente, do contrário o paciente pode vir a desenvolver uma sepse, infecção generalizada que pode ter consequências muito danosas ao paciente”, alerta Bruno Falcão.

A reportagem foi feita após consulta com o médico Bruno Falcão (CRM 20702 - RQE 5140). Ele é gastroenterologista do Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, especializado em Gastroenterologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.

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