Um cano da Compesa estourou, na manhã desta quinta-feira (4), e alagou a Rua do Alçafrão, no bairro de Pontezinha, Cabo de Santo Agostinho.
A água invadiu várias casas causando transtorno. Os moradores ficaram ilhados e os que saíram de casa, precisaram colocar o pé na agua.
Segundo os moradores, a água destruiu os móveis.
A Compesa informou que, "desde cedo, está com equipe em campo na Avenida Conde da Boa Vista, em Pontezinha", no Cabo de Santo Agostinho, consertando o trecho de uma tubulação que se rompeu nesta manhã (4).
Segundo a empresa, o conserto da tubulação de grande porte tem expectativa de finalização ainda nesta quinta-feira (4).
Foi informado ainda que "foi necessário suspender o abastecimento nas localidades de Jardim Guararapes e a comunidade de Tieta, em Jaboatão dos Guararapes, e Vila Maruim", no Cabo de Santo Agostinho.
"O estouramento provocou o escoamento da água para a Rua Vereador Alderico Marques", segundo a Compesa, e devido a isso, "uma equipe social já foi mobilizada para ir ao local para avaliar a situação".
A ação foi feita com conjunto com os moradores. O intuito foi "elaborar relatório sobre os eventuais danos materiais causados pelo rompimento da tubulação e adotar as providências necessárias".
Diante de tantas reclamações dos moradores da Região Metropolitana do Recife, por causa do desperdício de água, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) entrou na mira do Ministério Público de Pernambuco.
Em 2018, o MPPE instaurou uma ação civil contra a Compesa, por causa do índice de desperdício, com base em dados do sistema nacional de informações de saneamento, que divulgou, em 2019, que a Compesa perdia 50% da água produzida.
Esse índice de perda, no Recife, chegava a 57,9%.
Ainda segundo o Ministério Público, as perdas são inadmissíveis, levando em consideração a situação da água no Estado.
A Compesa já foi convidada a assinar um termo de ajustamento de conduta, mas o documento não foi assinado e o caso foi parar na 24º Vara cível da capital. A promotoria do Ministério Público quer que a Compesa seja punida.
A revolta da população só piora. No dia 22 de janeiro, a Companhia anunciou um esquema de racionamento de água, que afeta 10 cidades da Região Metropolitana.
A justificativa é de que é preciso preservar os mananciais, já que 2021 não deve ser um ano de chuva. Com o rodízio, em algumas regiões, a água só chega nas torneiras das casas a cada 20 dias, e olhe lá.
Sem água na torneira, há 4 dias, a aposentada Severina Chagas não teve alternativa, a não ser juntar água do cano estourado, na Rua Alto do Piquiri, no bairro de Coqueiral.
A cena foi gravada por um morador. Aos 59, foi o jeito que ela encontrou para ter água.
Moradores sem um pingo de água em casa e a rua sendo lavada, 24h sem parar: essa é a realidade dos moradores do Estado.
A Compesa reconhece o problema, mas diz que vem reduzindo o número de vazamentos, ao longo dos anos. A companhia ainda coloca a conta das perdas os furtos de água.
Além disso, diz também que investimentos têm sido feitos para melhorar a distribuição da água, e reforça que a população deve continuar ligando para informar os pontos de vazamento.
Quem não estiver satisfeito com o serviço da Compesa pode entrar em contato com o Ministério Público, por meio do número 127.
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