Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última quarta-feira (23), com base em dados de 2019, os Indicadores Sociais de Moradia no contexto da pré-pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Os números refletem o preparo de estados e municípios em relação às condições dadas aos seus respectivos moradores para que pudessem cumprir as medidas restritivas e de higiene necessárias para evitar o contágio da doença.
A aposentada Madalena Freitas sabe bem o que é ficar sem água. Ela contou á equipe de reportagem da TV Jornal que faz mais de um mês, que as torneiras de sua casa não vêem um pingo d'água.
Em 40 anos morando em um conjunto residencial, na 4º etapa de Rio Doce, em Olinda, Grande Recife, ela afirma que é primeira vez que passa tanto tempo sem água. Ela está desesperada porque as consequências da falta d'água são muitas.
Na casa da aposentada, as panelas viraram reservatórios de água e, só estão cheias, porque o marido dela, um idoso, de 79 anos, carrega água da casa de vizinhos. O aposentado José Martins não consegue entender o que está acontecendo.
Segundo ele, o abastecimento dos prédios e de algumas casas da Rua 48, não depende de barragens.
Outro relato de queixa sobre a falta de água é do administrador de condomínios José Bernardo da Silva, que tem 81 anos. Pelo menos 6 vezes ao dia, ele desce as escadas do prédio para carregar água. Ele mora no 3º andar. Para ele, está havendo uma má distribuição.
Segundo a gerente de planejamento e gestão do IBGE/PE, Fernanda Estelita, a pesquisa também identificou domicílios com muitos moradores sob o contexto de falta d'água. Os dados podem ser do período pré-pandemia, mas a situação pode estar ainda pior agora.
Pernambuco 47,9%
RM Recife 46,6%
Piauí 36,4%
Grande Teresina 1,5%
Rio Grande do Norte 32,1%
RM Natal 9,8%
Bahia 26,4%
RM Salvador 14,6%
Paraíba 24,8%
RM João Pessoa 10,7%
Sergipe 24,2%
RM Aracaju 12,3%
Alagoas 17,7%
RM Maceió 4,2%
Maranhão 14,8%
RM Grande São Luís 28,3%
Ceará 13,1%
RM Fortaleza 4,7%
Nordeste 24,8%
Norte 6,6%
Sudeste 5,1%
Centro-Oeste 4,8%
Sul 2,8%
Acre (34%)
Rio de Janeiro (9,6%)
Santa Catarina (3,6%)
Mato Grosso (13,2%)
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O Governo de Pernambuco, por meio da Compesa, diz que tem dado atenção redobrada à questão do abastecimento, investindo sistematicamente em projetos e obras que visam à universalização dos serviços de saneamento no Estado.
"Só nos últimos anos foram aplicados mais de R$ 4 bilhões em todo o estado, e para este ano a previsão é recursos da ordem de 1,2 bilhão, em obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com grandes empreendimentos estruturadores em curso. Tudo isso, já coloca o cenário do abastecimento de 2021 em outra posição em relação a 2019".
Na Região Metropolitana do Recife, várias obras, de médio e grande portes, estão sendo executadas. Um exemplo são as áreas de morros do Recife, localidades onde, historicamente, há dificuldade de atendimento em função da escassez de fontes hídricas e condições topográficas. Também está em andamento um pacote de obras de reativação de 15 e perfuração de mais 23 poços profundos, que irão incrementar a produção de água em aproximadamente 650 l/s, contribuindo para a ampliação do abastecimento. No Recife, localidades da Zona Norte estão sendo contempladas, além das cidades de Goiana, Abreu, Paulista, Igarassu e Olinda.
Destacamos, ainda, a obra de Setorização do Recife que busca promover a independência operacional dos setores de abastecimento (controle e medição), por meio de substituição de tubulações e implantação de registros e válvulas, melhorando as pressões das redes e reduzindo as perdas e a ocorrência de vazamentos. Vale ressaltar que a distribuição de água em áreas planas do Recife ocorre diariamente, desde a conclusão da obra do Sistema Adutor de Pirapama, que aumentou em 50% a oferta de água para a RMR. Vale lembrar, ainda, que Pernambuco é o estado com menor disponibilidade hídrica no cenário nacional e que, este ano, várias localidades já tiveram eliminação ou diminuição do rodízio, iniciativa possível graças as últimas chuvas em nosso estado.
Para levar mais água à população pernambucana no enfrentamento da pandemia, a Compesa investiu em um plano de ações para o reforço do abastecimento na RMR. No ano passado, 280 mil pessoas foram beneficiadas com o aumento na produção do sistema Tapacurá, um dos mais importantes da região, em 800 litros por segundo. Além do incremento, a Compesa também distribuiu por carro pipa cerca de 30 milhões de litros de água, beneficiando 115 mil pessoas. Dentro do planejamento traçado pela Compesa, também foi iniciada a execução de 43 obras estratégicas, a um investimento de R$ 9 milhões. Ao todo, são 123 mil pessoas beneficiadas. Por fim, vale ressaltar que a Compesa segue trabalhando para universalizar o saneamento em Pernambuco, garantindo que, cada vez mais, a população tenha acesso aos serviços de água e esgotamento sanitário.
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