A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nessa quarta-feira (11) pandemia para o Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus.
Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Atualmente, há mais de 115 países com casos declarados da infecção.
A questão da gravidade da doença não entra na definição da OMS de pandemia que leva em consideração apenas a disseminação geográfica rápida que o vírus tem apresentado.
"A OMS tem tratado da disseminação [do Covid-19] em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação [dos governos]", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, no painel que trata das atualizações diárias sobre a doença. "Por essa razão, consideramos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia", explicou durante a conferência de imprensa em Genebra.
Ao caracterizar o Covid-19 como uma pandemia, Tedros Adhanom afirmou que o termo não deve ser usado de forma leviana.
O diretor-geral da OMS ressaltou que a declaração não significa a adoção de novas recomendações no combate ao vírus.
“Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse coronavírus. Não altera o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer”, disse Adhanon.
A última vez que a OMS declarou uma pandemia foi em 2009, para o H1N1. Estima-se que a doença tenha infectado cerca de 1 bilhão de pessoas e matado milhares no primeiro ano de detecção.
Ainda segundo a OMS, uma pandemia de gripe ocorre quando um novo vírus emerge e se espalha pelo mundo, e a maioria das pessoas não tem imunidade.
Há 100 anos, o mundo enfrentou uma outra pandemia, a de gripe espanhola. Estima-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas tenham morrido entre 1918 e 1920.
Na semana passada, em entrevista à Agência Brasil, o médico infectologista Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirmou que o Brasil está mais preparado para lidar com o Covid-19 do que estava, em 2009, para enfrentar a pandemia da gripe H1N1. Segundo ele, a população precisa se manter informada, mas não há razão para pânico.
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