A farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve uma vacina contra o novo coronavírus em parceria com a Universidade de Oxford, informou hoje (26) que não tem doses disponíveis do imunizante para o mercado privado.
“No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”, diz a nota. A Covax Facility é um consórcio internacional do qual o Brasil faz parte, para garantir a distribuição de vacinas a países mais pobres.
Mais cedo, ao participar de um seminário sobre investimentos na América Latina, o presidente Jair Bolsonaro disse que apoiaria uma iniciativa de empresários de importar, por conta própria, vacinas contra a covid-19 para imunizar seus funcionários.
Na nota, a Astrazeneca informa ainda que, como parte do acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca estarão disponíveis ao Brasil, em parceria com o governo federal. “Nos últimos 7 meses, trabalhamos incansavelmente para cumprir o nosso compromisso de acesso amplo e equitativo no fornecimento da vacina para o maior número possível de países ao redor do mundo”, afirmou.
Na manhã do último sábado (23), André Longo concedeu entrevista à CNN Brasil e informou que, com relação à vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, a expectativa é que se tenha um intervalo maior entre as doses, que é de 4 a 12 semanas. "Ou seja, teríamos até três meses para aplicar segunda dose, e isso permitiria usar todo o quantitativo que está vindo neste primeiro momento para ampliar o processo de vacinação, imunizando, no caso de Pernambuco, 84 mil pessoas, já que se prevê a chegada de 84 mil doses. Nós vacinaríamos e aguardaríamos a produção da Fiocruz, que prevê entregar até 50 milhões de doses até abril", disse Longo à CNN. Com isso, ele acredita que há tempo para ser entregue a segunda dose para essas 84 mil pessoas. "Na realidade, esperamos receber muito mais do que 80 mil doses, o que daria, neste primeiro momento, para fazer um planejamento de ampliação do processo de vacinação para mais pessoas."
O secretário acrescentou que a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, segundo estudos, confere eficácia em torno de 70%. "Isso já permitiria dar algum grau de benefício para essas pessoas que estamos vacinando. Diante desse ambiente de escassez, eu acho que é (uma decisão) acertada. Espero que venha, no informe técnico do Ministério da Saúde, essa afirmação para que possamos usar todas as doses deste primeiro momento para ampliar o público-alvo", frisou. Além disso, André Longo, que é também vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para a Região Nordeste, informou que cobrará do governo federal um efetivo cronograma para o calendário de imunização contra a covid-19 para os grupos prioritários das quatro fases previstas da campanha.
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