Cerca de 64 famílias realizaram um protesto e invadiram, na tarde desta quarta-feira (15), o Condomínio Conjunto Habitacional do Arruda, na Zona Norte do Recife.
Segundo os moradores, eles precisaram sair de suas residências há três meses, porque a Prefeitura do Recife interditou dois blocos e informou que iria fazer uma reforma no local. Entretanto, até o exato momento, nada foi feito.
Em entrevista à reportagem da TV Jornal, a moradora Edjane Nascimento relatou que está complicado pagar aluguel. "Só queremos o direito da gente. Não podemos ficar dentro das nossas casas, porque elas vão cair e não podemos sair, porque temos que pagar aluguel", falou.
Os moradores contaram também que, a princípio, a prefeitura teria oferecido uma assistência financeira no valor de R$1.500 (R$ 500 para cada mês). No entanto, a reforma ainda não foi realizada e a gestão municipal quer oferecer um auxílio financeiro de R$ 200.
Para os residentes, o valor está abaixo do necessário para conseguir morar em outro lugar. "Eu morava aqui com meus filhos e não sei o que fazer, porque não tenho condições de morar de aluguel com esse dinheiro", comentou a moradora Edla Gomes.
Ao todo, o conjunto habitacional conta com dez blocos. Desses, dois foram interditados pela gestão municipal: o bloco A e o bloco B. Foram esses moradores que foram impedidos de ficar em suas residências.
Apesar de só dois blocos terem sidos condenados a cair, os outros oito também apresentam problemas em suas estruturas. É possível ver rachaduras nas paredes e na base dos prédios. "Eu, que tenho um filho com deficiência, moro em uma área de risco. Não pode nem chover que entra água pela parede", disse Edjane.
Em nota, a Secretaria de Saneamento do Recife (Sesan) afirmou que não há nenhum atraso no pagamento dos benefícios acordados com os moradores do Conjunto Habitacional Beira Rio.
"No mês de maio, as 64 famílias que precisaram desocupar os apartamentos receberam pecúnia, no valor de R$ 1.500,00. Ainda em setembro, eles receberão seis parcelas do auxílio-moradia, retroativo a abril, no valor total de R$ 1.200,00", explicou.
A pasta informou ainda que o decreto autorizando o pagamento será publicado ainda nesta quarta-feira (15), numa edição extra do Diário Oficial do Município, permitindo que os trâmites administrativos comecem imediatamente.
Por fim, afirmou que, "enquanto isso, a recuperação estrutural dos blocos afetados está prevista para começar em outubro, com prazo de conclusão de quatro meses".
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