O processo de beatificação de Frei Damião foi aprovado pela Comissão dos Teólogos, na Congregação das Causas do Santos. Agora, é necessário aguardar o parecer da Comissão dos Cardeais em Roma, na Itália, conforme o postulador da causa, frei Jociel Gomes. O resultado desta nova etapa deve ser divulgado em oito meses. No caso de um nova aprovação, o papa Francisco deve autorizar o decreto de venerável a Frei Damião. Com a comprovação de um milagre ocorrido após a morte do frade, ele poderá ser declarado beato. E com outro milagre, após a beatificação, ele será inscrito no álbum dos santos, ou seja, canonizado.
O religioso salienta que milagre é diferente de graça. “Graça é quando alguém pede uma ajuda e a recebe. O milagre é caracterizado quando algo não pode ser explicado pela ciência ou pela medicina, como a cura de uma doença incurável, a exemplo do Mal de Parkinson”.
No caso de cura de uma doença, que são os milagres mais comuns (inclusive os que estão em estudo), é preciso ter toda uma documentação que a comprove, inclusive declaração médica dizendo que não há explicação na medicina e na ciência para tal cura. E deve haver um curto intervalo de tempo entre a oração pedindo a intercessão do candidato a santo e a obtenção da cura.
O frei Jociel apela para que os fiéis rezem e divulguem a oração pela beatificação de frei Damião. Casos de possíveis milagres acontecidos por meio de sua intercessão pós-morte devem ser comunicados pelo email causadefreidamiao@gmail.com ou pelos telefones (81)3721-3731 e (81)3424-8500.
Conforme arquivos da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Frei Damião adotou esse nome quando chegou ao Brasil, em 1931, mas seu nome de batismo era Pio Giannotti. Ele nasceu em 5 de novembro de 1898, em Bozzano, vilarejo da cidade de Massarosa, a 460 quilômetros de Roma, daí também ter adotado o sobrenome Bozzano.
Formado em Teologia, Filosofia e Direito Canônico, ele chegou a lecionar, mas optou pelo sacerdócio e realizou sua primeira missa no Brasil em Gravatá, no Agreste pernambucano. Realizou intensas peregrinações pelo interior do Norte e Nordeste, pregando o evangelho. Reunia multidões e ficou conhecido como o andarilho de Deus. Desde jovem, sofria de insuficiência cardiovascular periférica e erisipela, doenças que o levaram a passar 19 dias de coma profundo, vindo a falecer aos 98 anos, no dia 31 de maio de 1997, no Recife.
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