As desigualdades sociais cresceram ainda mais durante o primeiro ano da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O novo auxílio emergencial, que começou a ser pago com valores menores do que em 2020, não é suficiente para conter a falta de renda e a fome de grande parte dos brasileiros. O resultado é o empobrecimento cada vez maior da população, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Os dias na casa de Ione Maria, no bairro de Passarinho, no Recife, não estão sendo fáceis. Segundo ela, em sua geladeira só tem pouca comida, das quais foram doadas no mês passado. Em entrevista à reportagem da TV Jornal, ela informou que tenta economizar para conseguir se alimentar com o marido, seu José Gomes, de 59 anos.
Ambos estão desempregados e sobrevivem com um auxílio mensal do Governo Federal, de R$ 89. No ano passado, o casal ainda conseguiu receber 5 parcelas do coronavoucher, no valor de R$ 600, cada uma, mas, depois a ajuda foi apenas de R$ 300. Agora, Ione e o marido não foram aprovados no novo cadastro do auxílio emergencial. Eles seguem preocupados com os próximos dias. Mesmo com o valor mais baixo, a quantia ajudaria bastante nas despesas.
Atualmente, a fome se tornou realidade para muitas famílias. Atualmente, no Centro do Recife, várias pessoas vivem em calçadas à espera de ajuda. Os semáforos também são usados por quem sente fome e não sabe como levar comida pra casa. Pois, há pessoas que perderam o trabalho e vê na solidariedade a única forma de sobreviver.
Com a pandemia, o número de desempregados aumentou. No Estado de Pernambuco, foram mais de 5 mil pessoas que perderam o emprego. Isso porque o reflexo desta situação vai além da casa de dona Ione e está nas ruas que hoje se tornaram abrigos para muitos que não tem sequer o que comer. Para saber como ajudar dona Ione Maria e seu José, é só acessar entrar em contato através do número: (81) 98354.3486.
Segundo um levantamento feito pelo Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil deixou de fazer parte das estatísticas da fome em 2014 quando reduziu a pobreza em 15%. Mas, hoje, os estudos apontam que 10% da população brasileira está sub alimentada, ou seja, falta o básico para a sobrevivência.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco, foi registrado até o ano passado, quase 2.500 pessoas vivendo em situação de rua. Os dados são do CadÚnico onde estão registrados aqueles que recebem algum tipo de auxílio. Por conta da pandemia, esse número aumentou e trouxe também outra preocupação para os brasileiros: o país pode voltar ao mapa da fome.
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