Uma família sofre com a angústia, diariamente, à fim de conseguir um leito de UTI para um bebê de apenas 21 dias de nascido. A criança está intubada, em estado grave, na Emergência Pediátrica do Hospital Barão de Lucena, no Recife. De acordo com o pai da criança, Thiago Monteiro, o bebê apresentou na última terça-feira (4), cansaço, muita secreção e dificuldade para respirar.
Ao ver a situação delicada do bebê, a família decidiu levá-lo a UPA de Engenho Velho, em Jaboatão. No local, os médicos teriam afirmado que o quadro dele exigia um suporte médio maior, sendo necessário transferi-lo ao Hospital Barão de Lucena. Mesmo diante da gravidade, para a surpresa do pai, o bebê de apenas 20 dias de vida encontra-se na emergência pediátrica do hospital por falta de vaga na UTI Neonatal.
A família já tem um documento assinado por um dos médicos da unidade para encaminhar o caso ao Ministério Público de Pernambuco. Mas enquanto um leito de terapia intensiva não surge, o pai teme uma piora no estado de saúde. Segundo ele, mesmo o filho tendo testado negativo para a covid-19, o risco de contrair o vírus ainda preocupa, já que o menino estaria em uma ala com muitas crianças de quadro semelhante.
Esta não é a primeira vez que o Hospital Barão de Lucena é criticado por acompanhantes de pacientes. Na semana passada, a TV Jornal mostrou a denúncia de várias pessoas relatando problemas na unidade.
A presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco tem acompanhado de perto a situação e relata alta demanda de pacientes na unidade e falta de equipamentos.
Em nota, a direção do Hospital Barão de Lucena reconheceu a grande demanda de pacientes mas afirmou que vem garantindo o suporte necessário a todos que dão entrada na emergência. A unidade negou a falta de kits para intubação, insumos ou medicamentos e disse que aqueles que precisam de uti, enquanto aguardam um leito, recebem a devida assistência.
Sobre a denúncia de casos suspeitos de covid na emergência, a unidade afirmou que todo paciente com quadro de síndrome respiratória aguda grave precisa ficar em ala específica para realização de exame e aguardar a confirmação ou não da doença.
Caso seja descartada, há transferência para ala não covid. A direção comunicou ainda que a equipe de plantonistas foi reforçada em 75% para atender a demanda, que normalmente é maior entre os meses de março e junho, quando há aumento na incidência de vírus respiratórios.
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