Caso a dúvida tenha lhe assolado, eis a resposta: existe, sim, destinação para o óleo que, desde setembro, castiga as praias do litoral do Nordeste. O mínimo consolo em meio à tragédia é que o produto do maior desastre ambiental da história recente do País é processado e aproveitado na forma de combustível para máquinas e caldeiras industriais, principalmente no setor da produção de cimento.
Através de um convênio celebrado pela Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH), os óleos crus recolhido nas praias do litoral pernambucano é levado em caminhões ao Ecoparque, uma central privada de tratamento de resíduos localizada no município de Igarassu, área norte do Grande Recife. Lá é transformado no produto conhecido como blend energético (“blend” é “mistura” em inglês), que é utilizado em máquinas de grandes indústrias.
Desde o último sábado, a administração da central diz ter recebido pouco mais de 100 toneladas de óleo das mais diversas praias. Os caminhões descarregam o óleo em meio a um gigantesco fosso, onde ele é misturado a outros resíduos industriais – nesse setor, não há qualquer lixo orgânico. Por meio de guindastes, o material é jogado em uma gigantesca máquina trituradora, de onde sai a primeira mistura. Esse resultado é colocado em uma segunda máquina, para uma trituração mais fina. O que sai desse equipamento é o blend energético na forma em que será consumido pelas indústrias.
“A técnica se chama coprocessamento, que é trituração e peneiramento de todos os resíduos industriais que recebemos. O resultado é um combustível destinado a ser utilizado em fornos especiais, com filtros adequados para o tipo de material que está sendo queimado, de forma a evitar qualquer dano ambiental”, explica Laércio Chaves, diretor do Ecoparque. O acordo entre a CPRH e o aterro vai até quando durarem as manchas no litoral.
O Departamento de Química da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) está concluindo o estudo para a produção de um biodetergente capaz de ajudar na limpeza do ecossistema das praias contaminadas pelo óleo. Segundo a professora Leonie Asfora Sarubbo, a equipe da Unicap se debruçou sobre a substância para entender sua composição e o estado em que chegou ao litoral, para, a partir daí, conceber um produto eficaz. “Já temos dez tipos de biodetergentes produzidos, mas este óleo tem características próprias, pelo tempo que passou no mar e foi submetido à ação de outras substâncias.” Ela comenta que o laboratório da Unicap tem capacidade limitada de produção, mas que está aberto a aportes de entidades interessadas em contribuir com o processo de limpeza do litoral.
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