O vulcão Cumbre Vieja, localizado nas Ilhas Canárias, no litoral da África, está em alerta amarelo de risco de erupção, desde essa quinta-feira (16). Esse é um dos assuntos mais comentados no Brasil, desde que se começou a especular que, se o vulcão entrar em erupção, pode haver um tsunami, no Nordeste do país. É preciso deixar claro, no entanto, que essa história é antiga e a possibilidade é de baixo risco, então, dificilmente um tsunami chegará à costa brasileira por causa do vulcão Cumbre.
Em 2001, há 20 anos, dois dos maiores pesquisadores do mundo, Steven Ward, do Instituto de Geofísica da University of Califórnia (EUA), e Simon Day, do Departamento de Ciências Geológicas da University College, de Londres (Inglaterra), levantaram a hipótese de o vulcão Cumbre Vieja causar um tsunami que poderia atingir o Brasil.
Na época, os dois chegaram a publicar um artigo científico alertando diversos países do Atlântico sobre a possibilidade. Para isso, eles realizaram o mapeamento da atividade sísmica, do histórico de erupções, das correntes marítimas e de diversos outros pontos relacionados ao fenômeno. Contudo, de acordo com os pesquisadores, as últimas erupções do Cumbre Vieja ocorreram nos anos de 1949 e 1971 e, em nenhuma das vezes, a erupção causou problemas relacionados a tsunamis.
Devido a alterações em suas atividades sísmicas, detectadas no último sábado (11), foi acendido o alerta amarelo de risco de erupção. Apesar de o cenário causar medo, o nível "amarelo" de risco é o segundo, em uma escala de quatro. Assim, ele revela ainda uma possibilidade pequena de erupção.
Na simulação de erupção explosiva feita por Steven Ward e Simon Day, há 20 anos, a área de impacto de 250 km de diâmetro seria capaz de produzir tsunamis em diversas direções e "várias ondas de centenas de metros de altura atingiriam as costas das três ilhas mais a oeste da cadeia das Canárias." De acordo com a pesquisa, em apenas 15 a 60 minutos, as Ilhas Canárias seriam atingidas por ondas de 50 a 100 metros de altura.
Já no Brasil, em até nove horas, essas ondas chegariam. "As vanguardas do tsunami (10 m) atingiriam, inicialmente, a América do Norte. Simultaneamente, ondas maiores (15-20 m) chegariam à costa norte da América do Sul. Nossos modelos de computador preveem que as ondas do tsunami, de 10 a 25 m de altura, serão sentidas em distâncias transoceânica, abrangendo a maior parte da bacia do Atlântico", disseram.
A possibilidade de um tsunami atingir o Nordeste do Brasil tem deixado muita gente preocupada. Dúvidas sobre as áreas que poderiam ser atingidas e suas possíveis consequências começaram a surgir. A professora Tereza Araújo, do Departamento de Oceanografia, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou que existe uma possibilidade, mas bem pequena, sem motivo para pânico. "O vulcão ter registrado atividade não significa que ele de fato vá entrar em erupção, nem que irá um tsunami que irá atingir o Brasil", acrescentou.
O tsunami, que provoca ondas gigantes, é um fenômeno que pode atingir, em média, uma altura de 150 metros, que irá variar de acordo com a intensidade. Elas podem percorrer milhares de quilômetros, atingindo velocidade de, aproximadamente, 700km/h. O tsunami é mais comum em áreas com instabilidade tectônica.
À reportagem do JC, a professora explicou que, na maioria das vezes, o tsunami acontece em decorrência de um terremoto, que libera muita energia de uma vez, que pode se propagar e só perder a energia quando chega à costa. No entanto, é importante lembrar que nem todo terremoto gera uma onda gigante.
"A probabilidade de um tsunami ocorrer em decorrência de um terremoto é bem maior que a de um vulcão, mas não é motivo para medo. Tremores de terra foram constatados em Natal e Fortaleza, recentemente, e nenhum deles provocou ondas gigantes", completou a professora.
O Brasil está posicionado no centro de uma placa tectônica, a sul-américa, isso faz com que em seu território quase não haja perigo de atividades decorrentes de abalos sísmicos (tsunamis ocorrem, geralmente, por causa de terremotos).
No entanto, uma erupção vulcânica no Cumbre Veija - considerada difícil de acontecer - poderia colocar em risco essa estabilidade. Por isso, especialistas alertam para que a população fique atenta e vigilante ao monitoramento da atividade vulcânica e sísmica.
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