Um dos líderes religiosos mais conhecidos do Brasil, padre Fábio de Melo já enfrentou a depressão e síndrome do pânico. Hoje, ele explica como descobriu as doenças e como foi o tratamento.
Padre Fábio falou sobre o assunto recentemente ao programa Saia Justa, do canal GNT. Na entrevista, o religioso, que também é cantor, explicou que, primeiro, precisou aprender a diferenciar a "melancolia" da "depressão".
"Tristeza não tem que ser medicada. Faz parte da vida. Eu me entristeço de vez em quando e não preciso tomar remédio para isso. Quando a tristeza não passa, se estende, vira rotina, aí é hora de pedir ajuda [ao médico]", disse o padre, que se classificou como uma pessoa naturalmente triste.
Fábio de Melo contou que, no caso dele, a depressão foi desencadeada pela associação do luto pela morte da irmã e por uma vida de trabalho intensa.
"Perdi minha irmã e depois de dois dias estava no palco fazendo show", comentou o Padre Fábio Melo, lembrando que chegou a fazer 28 shows por mês ao longo de vários anos e refletindo que não teve tempo de entender e vivenciar o luto pela morte da irmã.
Menos de um ano após a morte da irmã e após uma série de shows, padre Fábio percebeu que a tristeza que sentia precisava de acompanhamento médico.
"Eu tinha medo de tudo. Sentia que havia alguma coisa desorganizada. Cheguei em casa, comecei a chorar e aquilo foi evoluindo. Foi a pior semana da minha vida, porque eu não sabia identificar o que estava acontecendo. Eu tinha uma tristeza que não tinha como ser acomodada dentro de mim", disse o padre explicando que decidiu pedir ajuda de um médico.
Padre Fábio foi medicado e, na entrevista ao Saia Justa, defendeu que as pessoas devem deixar preconceitos contra medicamentos psiquiátricos.
"Compreendi que, da mesma forma como eu preciso tomar um remédio para o coração, [para] pressão alta [por exemplo], o cérebro também precisa ser medicado. Não é um remédio de louco. A depressão é um processo químico, que pode ser despertado por um estilo de vida ou por uma perda não elaborada, por um luto não vivido", disse o religioso.
Ao Saia Justa, o padre Fábio de Melo disse que a depressão não pode ser encarada como um indício de falta de fé e que pessoas religiosas também podem ter a doença.
"É um impeditivo para muitas pessoas reconhecerem que têm depressão. A gente precisa saber diferenciar as coisas. A pessoa com fé também pode ter depressão. A fé não me impede de passar pelos processos humanos, pelos desequilíbrios que construímos. A fé pode ajudar a superar, mas não impede de vivenciar", disse o religioso.
O padre Fábio também contou que chegou a pensar em deixar as obrigações como religioso, mas foi impedido pelo bispo de sua diocese.
"Fui ao bispo e quis me livrar das responsabilidades como padre. Chorei muito na frente dele. [Eu disse:] 'Quero que o senhor me dispense'", contou Fábio de Melo, lembrando que seu superior o pediu para que tomasse uma decisão mais consciente.
"Nos extremos da alegria ou da tristeza, não deveríamos tomar nenhuma decisão importante", disse o padre Fábio de Melo.
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