Uma audiência pública discutiu nesta quarta-feira (10) a criação de um centro de atendimento para vítimas de alienação parental, que ocorre quando os pais ou o responsável pela criança tenta de forma abusiva afastar o filho do outro genitor. O encontro foi realizado no Plenarinho da Assembléia Legislativa e reúne representantes do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e da sociedade civil.
Com o aumento dos casos, uma legislação foi criada há quatro anos para combater este tipo de crime. A Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010, prevê uma punição que vai desde multa até suspensão da guarda, com acusações de abuso moral à vítima.
Sem perceber ou com a intenção de atingir o ex-companheiro, o alienador não mede o impacto que essa atitude tem na criança, que pode levar à depressão infantil, vulnerabilidade na adolescência e até ao uso de drogas. Quem sofre com o problema deve procurar ajuda na justiça.
Segundo a Associação Brasileira Criança Feliz, os genitores praticam o crime em 80% dos casos de separação no país. A criança é impedida de entrar em contato com o pai ou com a mãe. Por causa dessa falta de convivência, o filho começa a criar concepções falsas sobre o parente e pode levar à denunciação caluniosa - quando uma pessoa provoca a justiça ou a polícia para acusar alguém, mesmo sabendo que essa pessoa é inocente. Este crime está previsto no Art. 339 do Código Penal e prevê reclusão de dois a oito anis de prisão e multa.
Uma faculdade do Recife tem um núcleo de prática jurídica, no bairro da Imbiribeira, que atende de graça pais que sofrem com o problema. O serviço também oferece assistência psicológica. Segundo os especialistas no assunto, a vítima não deve desistir da criança e os pais não podem confundir os papeis de cada integrante na relação familiar. Um mau marido, por exemplo, pode ser um excelente pai.
TV Jornal Meio Dia
Por Anne BarrettoFique sabendo das principais notícias do Estado, os fatos do dia, além das denúncias de problemas e a cobrança de soluções. Tudo em um telejornal que dá vez e voz ao telespectador