Além da crise econômica, que tem feito várias lojas fecharem, o comércio do Recife tem enfrentado o aumento da insegurança. Com a falta de policiamento, só cresce os relatos que confirmam um aumento nos casos de assaltos e furtos no centro da cidade. É comum encontrar clientes e pessoas que trabalham na área com passos apressados, cuidando da bolsa e desconfiados com todo mundo. Os casos são diários e acontecem durante o dia e durante a noite.
Há relatos de clientes que pararam de frequentar o comércio porque já foram assaltados. É fácil encontrar pessoas que já foram vítimas ou conhecem alguma história. "Já colocaram todos os funcionários dessa loja no estoque e levaram mais de R$ 100 mil reais em mercadorias", disse o vendedor Daniel Albuquerque, apontando pra um estabelecimento vizinho ao dele.
Na tarde de ontem (24), nossa equipe de reportagem percorreu várias ruas dos bairros de São José e Santo Antônio como as ruas da palma e Tobias Barreto. Em nenhum endereço que estivemos, encontramos policiais a pé ou viaturas policiais.
Diante desse cenário, o papel da polícia é feito pela população em muitos casos. Em um flagrante feito pela equipe do JC Online, um homem que tinha roubado o celular de uma mulher na rua do Sol foi imobilizado até a chegada da polícia militar, que chegou 30 minutos depois.
Em fevereiro, dois flagrantes foram registrados por equipes de reportagem da TV Jornal. No dia 16, um homem foi perseguido com uma faca na mão no bairro de Santo Antônio. A suspeita era dele ter assaltado uma mulher. Ele conseguiu fugir. Cinco dias depois, no dia 21, um homem teve uma corrente roubada enquanto caminhava pela praça Dom Vital, no bairro de São José. A polícia militar apareceu depois e conseguiu deter dois suspeitos.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife) está preocupada com a situação e disse já ter enviado pedidos de ajuda para o 16º Batalhão da Polícia Militar e para o Governo do Estado. Segundo Cid Lôbo, vice-presidente da CDL-Recife, a insegurança só está reforçando uma crise que já fez muitos comerciantes fecharem. "Sem movimento, as lojas fecham. E a redução do movimento também é provocada pelo medo das pessoas de virem pra cá", disse Lôbo.
Resposta
O comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, o tenente coronel Silvestre Dantas, gravou com nossa equipe de reportagem. Segundo ele, o policialmente no centro do Recife é feito com 16 viaturas circulando constantemente pelo centro da cidade. Perguntado sobre se esse número seria o suficiente, ele falou que o efeito "era o que ele tinha". Além do policiamento de rotina, o comandante disse ainda que as equipes estavam realizando operações. Na manhã desta terça-feira (25), quatro pessoas foram presas suspeitas de realizar assaltos. Três foram autuadas em flagrante por roubo e uma foi liberada. Com um dos suspeitos, a polícia apreendeu uma mochila que foi roubada de uma vítima.
O 16º Batalhão da Polícia Militar atende 12 bairros da área central da cidade. Além da região do comércio, comunidades como os coelhos e o coque são cobertos pelas equipes desse batalhão. Veja o vídeo com a entrevista na íntegra feita pelo repórter Jonnathan Monteiro.
