A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) designou, nesta sexta-feira (05), a advogada Maria José Amaral para acompanhar o inquérito da morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torre Gêmeas, localizado no bairro de São José, área central do Recife.
A dona do apartamento, Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real, onde a mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana de Souza, trabalhava, foi autuada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), mas liberada ao pagar fiança de R$ 20 mil, mesmo com as imagens da câmera de segurança mostrando o momento que a patroa de Mirtes aperta o botão para do elevador e deixa a criança sozinha.
A advogada Maria José Amaral explicou o significado da lei. ‘’Existe o dolo direto, que é o desejado, e dolo e o dolo eventual, que é aquele que não mede as consequências. O crime culposo é de negligência, de imprudência. Eu poderia ter evitado. O dolo evetural eu poderia ter evitado, mas não evito porque não quero’’, informou.
A morte de Miguel causou comoção nacional e, nesta sexta-feira (05), manifestantes se reuniram com os familiares do menino e fizeram um protesto em frente ao local da tragédia para cobrar justiça. A concentração começou em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, situado na Praça da República, bairro de Santo Antônio, e em seguida o grupo saiu em direção ao prédio onde Miguel morreu. Clique aqui e veja fotos e vídeos da manifestação.
Devastada com a morte do filho, Mirtes contou em entrevista à TV Jornal que a patroa pediu perdão quando quando se encontram em depoimento. 'Ela pediu perdão, disse que me amava muito e minha mãe e que não tinha culpa (morte de Miguel). Foi sem querer'', revelou.
A tristeza que tomou conta da mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva não foi menor para o pai. Indignado com a perda do filho. Ele cobrou mais investigações sobre o caso e quer que a dona do apartamento onde a mãe do menino trabalhava explique tudo o que aconteceu.
‘’A gente vai correr atrás (de justiça). Hoje foi meu filho, estou com dor, mas vamos correr atrás e descobrir o que houve. Vamos querer saber tudo. A patroa dela tem que explicar. Tem que explicar por que deixou o menino só? Por que não deixou o (filho) dela só e deixou o meu?’’, questionou.
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