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Saiba como escolher uma carne livre de riscos à saúde

TV Jornal
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Publicado em 20/03/2017 às 14:00

-Reprodução/TV Jornal

A operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal, na última sexta-feira (17), em sete estados brasileiro (São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) começou a repercutir em Pernambuco. Embora o estado não tenha sido alvo da operação, a população ficou apreensiva com as informações divulgadas e está agindo com cautela na hora de comprar carnes e embutidos nos Mercados Públicos e Frigoríficos do Recife.

Em um frigorífico no bairro de Afogados, a apreensão foi tamanha que fez a gerente levar alguns consumidores até as áreas em que a carne é fatiada e preparada para venda. “O cliente que chega com medo, a gente leva para nossas câmaras frias, mostra como manipulamos os nossos produtos e assim mostramos que temos um procedimento seguro”, disse Iolanda Lima, gerente geral do estabelecimento.

Com medo, muitos consumidores estão preferindo mudar os tipos de carne que estão consumindo. Foi o que fez a dona de casa, Gilda Correia. “Tô preferindo comprar frango e peixe. É mais seguro, não é? A gente fica com medo de estar consumindo uma coisa ruim”, comentou ela.

Para os especialistas, a dica é ficar mais atento na hora da compra. A carne resfriada deve ter uma cor avermelhada e não pode ser viscosa. Observe também se a temperatura mostrada nos freezers não passa de sete graus. A nutricionista e mestre em ciência e tecnologia de alimentos, Helen Lima, chama a atenção para o cheiro. “Deve ser um cheiro agradável, de carne. Se for um odor forte ou muito diferente do habitual, o ideal é descartar a peça e denunciar”.

Para as carnes congeladas, a nutricionista alerta também para a coloração da carne, que não pode estar esverdeada, por exemplo. A carne tem que estar completamente dura por conta do congelamento. As embalagens devem estar intactas, não podem ter um líquido rosa ou com muito gelo dentro. Isso indica que houve descongelamento e congelamento. “A constante mudança de temperatura faz com que as bactérias se proliferem na carne e isso pode levar a intoxicações, enjôos, dores de cabeça e a infexções”, detalhou Lima.

Quanto ao uso de embutidos como salsicha, presunto e mortadelas, não é possível o consumidor identificar se as quantidades de conservantes que foram colocadas no produto estão adequadas. A investigação que envolveu 32 empresas, revelou que grandes frigoríficos usavam composições químicas em excesso e até carne estragada na produção dos embutidos. Nesse caso, a dica da nutricionista é diminuir ou eliminar completamente o consumo desses produtos.

Adagro garante que carne consumida em Pernambuco é segura

A agência de defesa e fiscalização agropecuária de Pernambuco (Adagro) disse que analisa toda a carne que chega em Pernambuco. O produto que passa pelo Recife vem de Paudalho, mas há também fornecedores do Tocantins, Goiás e outros estados brasileiros. Em todos os casos, as carnes são fiscalizadas pelos agentes da Adagro. “No abatedouro de Paudalho, um fiscal nosso fica constantemente no local verificando todas as etapas, desde quando o boi é abatido até a hora que é colocado no caminhão pra ir para o destino”, explicou Erivânia Camelo, diretora presidente da Adagro.

A diretora da Adagro disse ainda que a carne que é vendida nos 102 estabelecimentos que tem a certificação da agência está garantida com toda a segurança sanitária que lhe é exigida. “Só não garantimos a carne que é vendida nas feiras livres. Essas estão fora da refrigeração adequada e por isso estão expostas a condições impróprias”, concluiu Camelo.

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