Abreu e Lima

"Meu menino já não era bom. Agora está pior", diz mãe de interno da Funase

TV Jornal
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Publicado em 05/06/2017 às 11:49

-Reprodução/TV Jornal

"Meu menino não era bom. Não vou dizer que era. Mas, desde que entrou aí, está muito pior. Não existe ressocialização", o desabafo é de uma dona de casa, mãe de um interno da Funase de Abreu e Lima, de 16 anos. Ela estava de plantão em frente à unidade em busca de notícias do filho. Na madrugada desta segunda-feira (5), dois adolescentes foram assassinados e 35 fugiram da unidade.

Os internos atearam fogo em objetos no pátio do local. Colchões, móveis e lençóis foram queimados. Enquanto isso acontecia, um grupo abriu um buraco no muro de trás da unidade e fugiu. Um dos adolescentes assassinados foi carbonizado, parte do crânio dele foi arremessado para fora. O outro teve o peito perfurado. Os dois eram novatos na Unidade.

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Segundo a dona de casa, cujo filho está no local há dois meses por se envolver com drogas, nesse período ele já participou de cinco motins e quase foi morto em um deles. Ela conta que os jovens não tem atividades dentro da unidade. “Eles não tem um curso. Tem uma escola, mas só os escolhidos vão. Não tem nada para eles fazer. Nem um artesanato. Eles ficam pensando no que não presta, em maldade. Só pensando em matar”, denuncia a dona de casa.

Dos 35 internos que fugiram, 11 foram recapturados pela manhã. Alguns deles estavam sujos de lama e foram apreendidos dentro de ônibus na PE-15, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. A unidade de Abreu e Lima tem capacidade para 98 pessoas. Antes da fuga, tinham 178 internos. Nós entramos em contato com a Funase para falar das denúncias da dona de casa, mas não obtemos resposta.

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