Desemprego

Desemprego entre homens cresce e número empata com o de mulheres

TV Jornal
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Publicado em 15/06/2017 às 12:20

-Foto: Arquivo / Agência Brasil

O número de homens desempregados aumentou e igualou com o de mulheres que estão sem trabalho. Os dados são do Instittuto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que analisou os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). Os dados mostram desemprego por idade, nível educacional e Unidade da Federação.

De acordo com a pesquisa, em 2012, a população masculina respondia por 44% de todos os desempregados e, atualmente, corresponde a 50%. No primeiro trimestre de 2017, a população ocupada masculina retroagiu 2,7%, enquanto a feminina recuou 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento do desemprego entre os homens vem crescendo mesmo em um cenário de modesto aumento da População Economicamente Ativa (PEA) masculina, que há pelo menos três trimestres apresenta taxas abaixo de 1,0% na variação interanual. Na comparação com o início da série (primeiro trimestre de 2012), a diferença entre as populações masculina e feminina ocupadas fica ainda mais clara com a queda de 0,9% da masculina, diante o aumento de 3,7% da feminina.

Desemprego maior entre os mais jovens

A análise revela que a maioria dos desempregados é composta por trabalhadores com idade entre 18 e 39 anos (70%) e tem ensino médio completo ou incompleto (50%). Dentre os trabalhadores que passaram a procurar emprego e não obtiveram uma colocação no mercado de trabalho, cerca de 50% têm idade entre 14 e 24 anos e aproximadamente 35% possuem o ensino médio.

Entre os que saíram da condição de inativos e conseguiram uma ocupação, 35% possuem entre 25 e 49 anos e 43% têm apenas o fundamental completo. Por conta da baixa especialização, 73% desse total acabou indo para o mercado informal.

Empregos: força de trabalho mais idosa e mais escolarizada

Além dos dados de desocupação, os pesquisadores analisaram a dinâmica da ocupação nos últimos cinco anos. No período entre 2012 e 2017, observa-se que a população ocupada entre 18 e 24 anos diminuiu 14,8%, ao passo que o contingente com mais de 60 anos aumentou 17,6%. Em relação à escolaridade, o contingente de ocupados com ensino fundamental incompleto diminuiu 17,4%. Em contrapartida, aqueles trabalhadores com ensino superior aumentaram 26,3%.

Apesar da queda da ocupação, rendimento continua crescendo. No último trimestre encerrado em abril, o salário médio recebido apontou alta de 2,7%, alcançando o seu melhor resultado nos últimos três anos.

Desemprego e crise

O contingente de trabalhadores desempregados na economia brasileira saltou de 7,9 milhões no primeiro trimestre de 2015 – início dos efeitos da crise sobre o mercado de trabalho – para 14,2 milhões no primeiro trimestre de 2017, o que significa um aumento de quase 80%. Apenas nos últimos 12 meses contabilizados até abril de 2017, 2,2 milhões de brasileiros passaram à condição de desocupados.

Além disso, a taxa de permanência no desemprego vem aumentando. No primeiro trimestre de 2017, 48% dos trabalhadores desocupados não conseguiram nenhuma colocação no mercado de trabalho, independentemente do tipo de ocupação, o que significa um incremento de 0,4 pontos percentuais em relação ao observado no mesmo intervalo de 2016 (44%). Na comparação com o período pré-crise, essa alta é ainda mais expressiva, tendo em vista que, no início de 2012, a proporção dos trabalhadores que se mantinham na condição de desempregados era de 35%.

Em termos de taxa de variação percentual, no primeiro trimestre de 2017 a taxa de desemprego brasileira registrou incremento de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Ouras informações sobre a pesquisa de emprego e desemprego no site do Ipea- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
www.ipea.gov.br

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