Há cerca de dois anos, o nascimento de crianças com microcefalia atraiu todos os olhares para o estado de Pernambuco. Houve um surto da doença, provocada pelo Zika vírus. Esse problema de saúde púbica foi destaque da série de reportagens “Diário de uma Epidemia”, exibida pela TV Jornal, em 2016.

Em 2018, a repórter Mariana Barros voltou ao tema para mostrar o que foi feito para melhorar a vida dessas crianças, que ainda estão presas às limitações da doença e às dificuldades da ciência.

A falta de assistência também é um problema enfrentados pelas crianças e suas famílias, como relata a dona de casa, Kelly de Oliveira, que perdeu a filha Maria Vitória por falta de acompanhamento. “Ela teve três paradas cardíacas e veio a falecer. Eu acho que isso foi um descaso porque minha filha. Ela poderia estar comigo hoje”, desabafou.

Infecções

Segundo a pediatra Regina Coeli, entre os maiores fatores de complicação no estado de saúde dos bebês estão as infecções respiratórias. “São crianças com problemas neurológicos, e fora isso elas podem respirar os alimentos, Isso funciona como um agravante para as infecções respiratórias”, contou. Durante o período da epidemia em 2015, dos 437 casos registrados em Pernambuco, 141 crianças morreram.

Dúvidas

De acordo com o professor e pesquisador da Universidade de Atlanta, no Estados Unidos, Uriel Kiron, ainda existem muitas dúvidas sobre a resposta exata para o surto da doença. “Não temos certeza, mas achamos que está provavelmente relacionado ao fato de que muitas pessoas tinham sido previamente expostas a vários tipos de dengue, antes mesmo de serem infectadas. A pergunta é: como que o Brasil, um país que está passando por uma crise econômica, com um governo que não está dando prioridade à saúde púbica, vai lidar com o enorme custo de cuidar dos bebês?”, afirmou.