O promotor de execuções penais Marcellus Uggiete foi afastado e está sendo investigado pela polícia por suspeita de facilitar a transferência de presos. As investigações que apontavam a participação do promotor, há cerca de 15 anos, começaram há 3 meses.

Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Marcellus Ugiette foi citado em uma conversa de telefone entre advogados de uma quadrilha. Ele estaria facilitando transferências de presos de uma organização criminosa para que eles ficassem juntos.
O esquema foi desarticulado durante uma operação da Polícia Civil, na última sexta-feira (3).

Dezenove mandados de prisão foram cumpridos e dezesseis de busca e apreensão, um deles na casa do promotor. Celulares, pen drives e computadores foram apreendidos. Entre os crimes praticados pela quadrilha estão o de estelionato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e furto qualificado

Líder teria sido beneficiado

O líder da quadrilha que seria beneficiado pelo promotor é José Adriano Gomes Batista, de 40 anos, preso desde o mês março, na Operação Passe de Mágica. Ele comandava o esquema de dentro do presídio. Mais de 50 vítimas, principalmente idosos, foram alvos de estelionato. Segundo o coordenador do grupo de atuação especial e repressão ao crime organizado, o promotor Marcellus Ugiette era conhecido por um codinome na quadrilha.

Defesa

Em entrevista à Rádio Jornal o promotor se defendeu das acusações. "Eu vou apresentar a minha defesa. Estou muito tranquilo do que eu faço, do que eu fiz e vou apresentar todas as provas possíveis e, sem dúvida nenhuma, Deus vai nos proteger e eu vou sair disso", afirmou.

Afastamento

Por causa dos indícios, Marcellus Ugiette foi afastado do cargo pelo MPPE por 60 dias. Dois inquéritos, um administrativo e outro penal, foram abertos pelo Ministério Público para a apuração do caso.