Política habitacional

Protesto: famílias perdem moradias na comunidade do Pocotó

TV Jornal
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Publicado em 07/08/2018 às 9:32

-Reprodução/TV Jornal

Os moradores da comunidade Pocotó, que vivem sobre o túnel Augusto Lucena, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife estão tensos e com medo. Além de morar em uma situação de risco, eles receberam, na última quarta-feira (1º), uma ordem de despejo da Prefeitura do Recife para saírem do local em três dias úteis, prazo que terminou no final dessa segunda-feira (6).

Ainda na manhã de ontem, os populares realizaram um protesto na via contra a ação de despejo e demolição das casas da comunidade. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no local vivem 42 famílias, mas apenas quatro receberam auxílio moradia.

Em resposta, a Prefeitura afirmou que não foram feitos os demais cadastros porque os moradores não foram localizados ou não quiseram participar do cadastro.

A vendedora Rosineide da Silva é uma dessas pessoas que teme ser tirada do local. Ela mora há 12 anos sobre o túnel e só este ano ela já tirou os móveis do barraco onde mora quatro vezes, com medo de ser despejada de forma violenta.

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Pedido

Os manifestantes alegam que o valor do auxílio moradia, de R$ 200, fornecido pela Prefeitura do Recife, não supre os gastos com moradia. Eles querem uma reunião com a prefeitura para encontrar alternativas para a retirada das casas, além de pedir políticas habitacionais.

Nova nota do MTST:

"O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizou na manhã de hoje (07/08) mais um travamento na cidade do Recife. A ação faz parte da Jornada de Luta por Moradia, que teve início ontem na Comunidade do Pocotó. O travamento de hoje, na Avenida Domingos Ferreira, denúncia o descaso do poder público com as famílias que habitam nas palafitas do Pina e na Ocupação Sítio dos Pescadores, também locizada no Bode. É urgente a apresentação de uma saída habitacional para as 80 famílias que estão na Ocupação Sítio dos Pescadores. O Bode, bairro onde a Ocupação se encontra, é uma área ZEIS ( Zona Especial de Interesse Social) e deveria servir a políticas públicas de moradia e regularização fundiária, mas vem sendo negligênciado diante do descaso da Prefeitura e do Estado com a Moradia."

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