Números alarmantes

Governador eleito deve olhar casos de violência e insegurança em PE

TV Jornal
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Publicado em 27/09/2018 às 12:01

-Reprodução/TV Jornal

O número de violência em Pernambuco é alarmante. Entre janeiro e agosto deste ano, 2.913 pessoas tiveram suas vidas tiradas de maneira brutal no Estado, segundo dados da Secretaria de Defesa Social. O sentimento de insegurança é um dos questionamentos mais recorrentes da população, problema que deve ser avaliado por muitos eleitores que irão às urnas em outubro.

A dor trazida pela violência fica marcada na vida das famílias afetadas pelos crimes, como foi o caso da dona de casa Sônia Maria Tavares. A imagem na foto na sala de casa é a lembrança que ficou para a mulher. Seu irmão, Severino José Tavares Rabêlo, um comerciante de 54 anos, sofreu três sequestro em um período de oito meses. No último deles, em fevereiro deste ano, foi assassinado, espancado até a morte, segundo a família.

“Eu peço à polícia, à justiça, que tome alguma providência, tanto no caso do meu irmão como em outros casos que ficaram para trás, no esquecimento”, afirma Sônia. O crime contra Severino aconteceu em Goiana, na Região Metropolitana do Recife.

Números

Em comparação com os meses de janeiro a agosto do ano passado, em 2018, houve uma queda em 22%, mas os números ainda são alarmantes. A média é de 11 pessoas mortas por dia. Já o ano de 2017 foi um marco para a violência em Pernambuco, registrando, no ano inteiro, os maiores índices de mortes violentas dos últimos 10 anos, acumulando 5.426 assassinatos.

Em muitos casos de violência registrados, a população ainda espera por respostas das autoridades. O projeto Uma Por Uma, do Sistema Jornal do Commercio Comunicação (SJCC), já contou, apenas no primeiro semestre, 146 assassinatos de mulheres em Pernambuco. Entre os 127 casos ocorridos até junho, 41% dos inquéritos policiais não haviam sido concluídos. Ainda entre o total de homicídios do ano passado, 69% dos crimes ainda não têm esclarecimento.

Insegurança

Ainda de acordo com a Secretaria de Defesa Social, o valor disponibilizado para o Estado em 2018 para ser enviado para o setor de segurança foi de R$ 5 milhões. O maior valor desde a criação do Pacto Pela Vida, criado há 11 anos. Nas ruas, no entanto, o sentimento ainda é de muita insegurança, por parte da população:

Projeto Uma Por Uma

O projeto Uma Por Uma, do SJCC, tem o intuito de contabilizar casos de violência contra a mulher em todo Pernambuco. Todas as histórias de mulheres vítimas de feminicídio no Estado serão contadas ao longo do ano por uma equipe de 26 jornalistas. Além de reunir as informações como um banco de dados e acompanhar caso por caso até o julgamento, o projeto atuará também como um serviço para a sociedades e outros órgãos, podendo ser acessado pelo link.

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Feminicídio

Com a Lei 13.140, aprovada em 2015, o feminicídio passou a constar no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio. A regra também incluiu os assassinatos motivados pela condição de gênero da vítima, no rol dos crimes hediondos, o que aumenta a pena de um terço (1/3) até a metade da imputada ao autor do crime. Para definir a motivação, considera-se que o crime deve envolver violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

De acordo com a Secretária da Mulher do Estado, Silvia Cordeiro, normalmente os casos de feminicídio estão ligados a pessoas próximas à vítima, sejam eles companheiros ou familiares. "O crime está relacionado com o sentimento de possessividade, onde o homem se acha no direito de fazer qualquer coisa com a mulher", explica.

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