DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA

Mãe e tia são indiciadas por falso sequestro de adolescentes

TV Jornal / JC Online
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Publicado em 16/10/2018 às 18:55

-Foto: Divulgação / PCPE

A Polícia Civil apresentou detalhes, na manhã desta nesta terça-feira (16), da investigação sobre o falso sequestro de duas adolescentes, de 13 e 14 anos, ocorrido em Campo Grande, Zona Norte do Recife, no dia 15 de agosto deste ano. O crime teria sido forjado em represália a um homem suspeito de ter estuprado a mais jovem das meninas. A mãe e a tia de uma das garotas foram indiciadas.

“A mãe e uma tia de uma das garotas fizeram a denúncia dois dias depois do suposto desaparecimento, falando que as meninas haviam sido levadas por um carro preto”, explicou o delegado Ademir Oliveira, da Unidade de Prevenção e Repressão aos Crimes Contra Crianças e Adolescentes (Unipreca), em entrevista coletiva na sede da Polícia Civil, bairro da Boa Vista, Centro do Recife.

As jovens, de 14 e 13 anos, apareceram novamente seis dias depois do suposto rapto.

As meninas contaram à polícia que passaram os dias em uma casa, em local desconhecido, amarradas. Elas foram examinadas por peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) e não havia sinais que indicassem isso nos corpos delas. “Elas também aparentavam muita calma diante dessa situação, o que nos alertou para a possibilidade da história não ser verdade”, afirmou o delegado.

A polícia apurou com testemunhas que as adolescentes foram vistas durante todo o período em que se supunha que estivessem desaparecidas. Inclusive acompanhadas pela mãe de uma delas, acusada de forjar o sequestro. “As inconsistências do relato, como o detalhe do tão falado carro preto na saída da escola, também nos fizeram desconfiar de que se tratasse de uma mentira”, disse Ademir Oliveira.

Vingança

Para a polícia, o motivo para as mulheres e as jovens inventarem a história seria uma vingança. “A adolescente mais nova teria sido vítima de estupro por parte de um ex-companheiro da madrinha dela, que morava na mesma casa”, disse o delegado. A violência sexual teria ocorrido quando a garota tinha apenas 11 anos.

O inquérito sobre o estupro da menina está com a Justiça. “Como a denúncia do crime foi feita mais de um ano depois do ocorrido, o acusado está respondendo o processo em liberdade”, falou o delegado. “Elas armaram a história como uma forma de punir esse homem”, explicou.

As mulheres podem responder pelo crime de denunciação caluniosa. As adolescentes, por ato infracional semelhante ao mesmo delito. Caso seja comprovada uma indução por parte das adultas para com as jovens, as mulheres também poderão responder por corrupção de menores. Com a conclusão do inquérito, o caso está à disposição da Justiça.

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