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Cepa indiana no Maranhão: Navio em quarentena, tripulantes com a variante e maior risco de contaminação

Dos 24 tripulantes da embarcação, 15 estão com a covid-19. Destes, 6 testaram positivo para a variante indiana

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FOTO: Reprodução/TV Jornal

Um navio que saiu da África do Sul com destino ao estado do Maranhão, no Brasil, está em quarentena em alto mar e não tem permissão para atracar. É que, dos vinte e quatro tripulantes presentes na embarcação, quinze testaram positivo para a covid-19. Destes, seis estão com a cepa indiana (B.1.617). A embarcação saiu do país africano portando uma carga de minério de ferro.

>>>O que é a Cepa Indiana? O cenário da Índia pode se repetir no Brasil? Entenda

"Foi possível fazer o sequenciamento genômico de seis tripulantes, porque os outros nove tinham a carga viral muito baixa e, desses seis, todos estão com a cepa indiana", disse o secretário de saúde do Maranhão, Carlos Lula em entrevista ao SBT Maranhão nesta quinta-feira (20).

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Dos tripulantes que estão com o vírus, doze estão sem apresentar sintomas da covid-19. Os outros três precisaram de cuidados médicos e um deles continua internado em um hospital da rede privada em São Luís.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão, todas as pessoas que tiveram contato com os três tripulantes que deixaram o navio e foram trazidos para um hospital particular da capital, serão acompanhadas, sendo submetidas a exames, para que se possa identificar se houve, ou não, transmissão pela variante indiana.

Cepa indiana

A nova variante é considerada pela considerada pela Organização Mundial da Saúde como de atenção, pois indica maior possibilidade de transmissão, o que, consequentemente, leva a um maior número de internações. O governo do Maranhão divulgou o primeiro caso da cepa indiana nesta quinta-feira (20). A informação foi confirmada pelo secretário de saúde do Maranhão, Carlos Lula. Na última semana, o Governo Federal acatou uma recomendação da Anvisa e decidiu proibir a circulação de voos vindos da Índia no país. Mas afinal, o que é a Cepa indiana?

Essa variante possui três versões, com pequenas diferenças: a B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3. Todas elas foram descobertas na Índia, entre outubro e dezembro de 2020. A análise genética revelou que o trio apresenta mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.

Entre as alterações, três delas chamam mais a atenção dos especialistas: a L452R, a E484Q e a P681R.
Vale reparar que a mutação L452R já havia sido observada em duas variantes detectadas em Nova York e na Califórnia, nos Estados Unidos. A E484Q tem algumas similaridades com a E484K, que foi uma alteração encontrada em outras três linhagens que ganharam bastante destaque nos últimos meses: a B.1.1.7 (Reino Unido), a B.1.351 (África do Sul) e a P.1 (Brasil).

Governo Federal proibe voos vindos da Índia

Há cerca de 15 dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugeriu que o Governo Federal tomasse medidas mais contundentes, como a proibição da chegada de voos vindos da Índia. Mas uma atitude sobre o tema só foi tomada dez dias depois: uma portaria que proíbe temporariamente a entrada de passageiros vindos não só da Índia, mas também de África do Sul, Reino Unido e Irlanda do Norte, foi publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (14/05).

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