Após a caminhada de Petrolina até o Recife, que somou 23 dias e 702 km, a família de Beatriz Angélica Mota, morta em 2015 com 42 facadas, chegou ao Recife e protestou pelas ruas da cidade juntamente com apoiadores, nesta terça-feira (27).
O destino final da longa viagem foi o Palácio do Campo das Princesas, local onde fica o governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara. Os parentes desejam que a investigação do caso Beatriz seja federalizado.
"Eu vim caminhando de Petrolina a pé até Recife imagine só o que não sou capaz de fazer", afirmou a mãe da garota.
A chegada foi às 13h com cartazes e gritos de justiça. Os pais da menina conseguiram entrar no edifício para se reunir com governador Paulo Câmara por volta das 15h53.
Recepção no palácio
A família esperava ser recebida de imediato, assim que chegasse ao Campo das Princesas, mas o grupo foi informado sobre restrições na quantidade de pessoas que podem entrar para a reunião, o que gerou impasse.
Segundo o pai de Beatriz, inicialmente, a gestão estadual estaria permitindo a entrada de apenas três pessoas. No entanto, a família desejava que cerca de 11 pessoas, que fizeram parte da caminhada, participassem da reunião.
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Maria Lúcia Mota, mãe de Beatriz, disse que não iria ao encontro do governador sem que a lista das 11 pessoas fosse aprovada.
"Querem excluir o povo das reuniões, mas sem o povo eu não entro. Eles [comissão] têm que ouvir o que o governador vai responder, do contrário eu não vou. É essa a condição, pelo povo de Pernambuco”, enfatizou a mulher em um autofalante.
Por fim, toda a comissão da família entrou para o momento com Paulo Câmara.
Entenda o caso de Beatriz Angélica
No dia 10 de dezembro de 2015, em Petrolina, Beatriz Mota, de 7 anos, foi assassinada com 42 facadas em uma sala desativada do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde estudava, quando acontecia a formatura da irmã mais velha.
Beatriz havia se afastado para beber água e não voltou mais. O corpo dela foi encontrado 30 minutos após.
Atualmente, uma força-tarefa de delegados acompanha o caso. O inquérito, com 24 volumes, foi remetido ao Ministério Público no começo deste mês.
Há, ao todo, 442 depoimentos, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas.
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Em 2017, polícia divulgou a imagem de um suspeito que possivelmente entrou no colégio durante a festa.
Uma câmera flagrou o rapaz do lado de fora, mas nenhuma imagem do lado de dentro teria registrado. Foi oferecida recompensa de R$ 10 mil, mas o criminoso não foi encontrado.
Testemunhas contaram à polícia, na época, que o suspeito teria sido visto tentando se aproximar de outras crianças antes de chegar até Beatriz. Mas ninguém desconfiou.