CASO BEATRIZ

CASO BEATRIZ: "Imagine o que não sou capaz de fazer", diz mãe de Beatriz Angélica após caminhar a pé de Petrolina até Recife

Os parentes desejam que a investigação do caso Beatriz seja federalizado

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 28/12/2021 às 18:48 | Atualizado em 13/06/2023 às 16:24
Notícia
JC Imagen/ Alex Oliveira
Pais de Beatriz e comissão é recebida no Palácio do Campo das Princesas - FOTO: JC Imagen/ Alex Oliveira

Após a caminhada de Petrolina até o Recife, que somou 23 dias e 702 km, a família de Beatriz Angélica Mota, morta em 2015 com 42 facadas, chegou ao Recife e protestou pelas ruas da cidade juntamente com apoiadores, nesta terça-feira (27). 

O destino final da longa viagem foi o Palácio do Campo das Princesas, local onde fica o governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara. Os parentes desejam que a investigação do caso Beatriz seja federalizado.

"Eu vim caminhando de Petrolina a pé até Recife imagine só o que não sou capaz de fazer", afirmou a mãe da garota.

A chegada foi às 13h com cartazes e gritos de justiça. Os pais da menina conseguiram entrar no edifício para se reunir com governador Paulo Câmara por volta das 15h53.

Recepção no palácio

A família esperava ser recebida de imediato, assim que chegasse ao Campo das Princesas, mas o grupo foi informado sobre restrições na quantidade de pessoas que podem entrar para a reunião, o que gerou impasse.

Segundo o pai de Beatriz, inicialmente, a gestão estadual estaria permitindo a entrada de apenas três pessoas. No entanto, a família desejava que cerca de 11 pessoas, que fizeram parte da caminhada, participassem da reunião.

>>Mãe de Beatriz é filiada ao PSOL e já se reuniu com três candidatos ao governo do Estado

Maria Lúcia Mota, mãe de Beatriz, disse que não iria ao encontro do governador sem que a lista das 11 pessoas fosse aprovada.

"Querem excluir o povo das reuniões, mas sem o povo eu não entro. Eles [comissão] têm que ouvir o que o governador vai responder, do contrário eu não vou. É essa a condição, pelo povo de Pernambuco”, enfatizou a mulher em um autofalante.

Por fim, toda a comissão da família entrou para o momento com Paulo Câmara.

Entenda o caso de Beatriz Angélica

No dia 10 de dezembro de 2015, em Petrolina, Beatriz Mota, de 7 anos, foi assassinada com 42 facadas em uma sala desativada do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde estudava, quando acontecia a formatura da irmã mais velha.

Beatriz havia se afastado para beber água e não voltou mais. O corpo dela foi encontrado 30 minutos após.

Atualmente, uma força-tarefa de delegados acompanha o caso. O inquérito, com 24 volumes, foi remetido ao Ministério Público no começo deste mês.

Há, ao todo, 442 depoimentos, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas.

Em 2017, polícia divulgou a imagem de um suspeito que possivelmente entrou no colégio durante a festa.

Uma câmera flagrou o rapaz do lado de fora, mas nenhuma imagem do lado de dentro teria registrado. Foi oferecida recompensa de R$ 10 mil, mas o criminoso não foi encontrado.

Testemunhas contaram à polícia, na época, que o suspeito teria sido visto tentando se aproximar de outras crianças antes de chegar até Beatriz. Mas ninguém desconfiou.

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